Artigo tirado do site da nova escola
Conforme o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, as letras K, W e Y foram incluídas no alfabeto e obedecem às regras gerais que caracterizam consoantes e vogais. Do ponto de vista fonético-fonológico, consoante é um fonema pronunciado com a interrupção do ar feita por dentes, língua ou lábios. Já a vogal é um fonema pronunciado com a passagem livre do ar pela boca. Outra distinção entre um grupo e outro de letras recai sobre a pronúncia: a consoante precisa de uma vogal para formar sílabas e ser pronunciada, e a vogal, não. Ela se basta.
Seguindo essas regras, o Y é uma vogal, já que foi traduzido do alfabeto grego como I e mantém esse som nas palavras em que é usado, como em ioga. Quando aportuguesada, a palavra originalmente grafada com Y passa a ser grafada com I - como em iene, moeda japonesa. O K corresponde, em português, ao som do C ou QU - como vemos em Kuait -, sendo considerado consoante. Já o W deve ser empregado de acordo com sua pronúncia na língua original, isto é, ora com som de V, quando proveniente do alemão (como Wagner), ora com som de U, quando de origem inglesa (caso de web). Com isso, a letra W é considerada consoante ou vogal, conforme o uso.
Consultoria Mauricio Silva, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, RJ.
.http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/letras-k-w-y-sao-consideradas-consoantes-ou-vogais-476431.shtml
Alfabetizando com amor...
Este é um blog desenvolvido com o intuito de auxiliar outras professoras alfabetizadoras, que assim como eu, vivem em busca de sugestões e novas atividades para trabalhar com os alunos.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
quarta-feira, 28 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
quinta-feira, 16 de junho de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
domingo, 21 de novembro de 2010
O Papai Noel : origem e tradição
Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.
Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.
A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco
tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.
Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura.
Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.
Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.
Papai Noel no trenó e suas renas
Atualmente, a figura do Papai Noel está presente na vida das crianças de todo mundo, principalmente durantes as festas natalinas. É o bom velhinho de barbas brancas e roupa vermelha que, na véspera do Natal, traz presentes para as crianças que foram obedientes e se comportaram bem durante o ano. Ele habita o Pólo Norte e, com seu trenó, puxado por renas, traz a alegria para as famílias durante as festas natalinas. Como dizem: Natal sem Papai Noel não é mesma coisa.
Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.
Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.
A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco
tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.
Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura.
Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.
Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.
Papai Noel no trenó e suas renas
Atualmente, a figura do Papai Noel está presente na vida das crianças de todo mundo, principalmente durantes as festas natalinas. É o bom velhinho de barbas brancas e roupa vermelha que, na véspera do Natal, traz presentes para as crianças que foram obedientes e se comportaram bem durante o ano. Ele habita o Pólo Norte e, com seu trenó, puxado por renas, traz a alegria para as famílias durante as festas natalinas. Como dizem: Natal sem Papai Noel não é mesma coisa.
Significado do présepio de Natal
O presépio é uma montagem com peças, que faz referência ao momento do nascimento de Jesus Cristo. Com o menino Jesus na manjedoura ao centro, o presépio apresenta o local e os personagens bíblicos que estavam presentes neste importante momento cristão.
Origem do presépio de Natal
De acordo com fontes históricas, o primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis no Natal de 1223. O frade católico, montou o presépio em argila na floresta de Greccio (comuna italiana da região do Lácio). Sua ideia era montar o presépio para explicar as pessoas mais simples o significado e como foi o nascimento de Jesus Cristo.
No século XVIII, a tradição de montar o presépio, dentro das casas das famílias, se popularizou pela Europa e, logo em seguida, por outras regiões do mundo.
Tradição da montagem do presépio
É tradição em várias regiões do mundo a montagem do presépio na época de Natal. Os presépios podem varias em tamanho e materiais usados. Existem presépios minúsculos e outros em tamanho real. As peças podem ser feitas de madeira, argila, metal ou outros materiais. O mais comum, atualmente, é a montagem dentro das casas das famílias cristãs. Porém, encontramos também presépios em lojas, empresas, praças, escolas e outros locais públicos.
Peças do presépio (personagens representados)
- Menino Jesus (filho de Deus e o Salvador)
- Virgem Maria (mãe de Jesus Cristo)
- José (pai de Jesus Cristo)
- Manjedoura com palhas em um curral (local onde nasceu Jesus)
- Burro e Boi ou ovelhas (animais do curral, representam a simplicidade do local onde Jesus nasceu)
- Anjos (responsáveis por anunciar a chegada de Jesus)
- Estrela de Belém (orientou os reis Magos quando Jesus nasceu)
- Pastores (representam a simplicidade das pessoas do local em que Jesus nasceu)
- Reis Magos (Melquior, Baltazar e Gaspar)
O presépio é uma montagem com peças, que faz referência ao momento do nascimento de Jesus Cristo. Com o menino Jesus na manjedoura ao centro, o presépio apresenta o local e os personagens bíblicos que estavam presentes neste importante momento cristão.
Origem do presépio de Natal
De acordo com fontes históricas, o primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis no Natal de 1223. O frade católico, montou o presépio em argila na floresta de Greccio (comuna italiana da região do Lácio). Sua ideia era montar o presépio para explicar as pessoas mais simples o significado e como foi o nascimento de Jesus Cristo.
No século XVIII, a tradição de montar o presépio, dentro das casas das famílias, se popularizou pela Europa e, logo em seguida, por outras regiões do mundo.
Tradição da montagem do presépio
É tradição em várias regiões do mundo a montagem do presépio na época de Natal. Os presépios podem varias em tamanho e materiais usados. Existem presépios minúsculos e outros em tamanho real. As peças podem ser feitas de madeira, argila, metal ou outros materiais. O mais comum, atualmente, é a montagem dentro das casas das famílias cristãs. Porém, encontramos também presépios em lojas, empresas, praças, escolas e outros locais públicos.
Peças do presépio (personagens representados)
- Menino Jesus (filho de Deus e o Salvador)
- Virgem Maria (mãe de Jesus Cristo)
- José (pai de Jesus Cristo)
- Manjedoura com palhas em um curral (local onde nasceu Jesus)
- Burro e Boi ou ovelhas (animais do curral, representam a simplicidade do local onde Jesus nasceu)
- Anjos (responsáveis por anunciar a chegada de Jesus)
- Estrela de Belém (orientou os reis Magos quando Jesus nasceu)
- Pastores (representam a simplicidade das pessoas do local em que Jesus nasceu)
- Reis Magos (Melquior, Baltazar e Gaspar)
SÍMBOLOS DO NATAL E SEUS SIGNIFICADOS
PRINCIPAIS SÍMBOLOS NATALINOS E SEUS SIGNIFICADOS, ÁRVORE DE NATAL, PAPAI NOEL, PRESÉPIO ENTRE OUTROS.
ÁRVORE DE NATAL: NA TRADIÇÃO CRISTÃ, SIMBOLIZA VIDA, PAZ, ESPERANÇA E ALEGRIA.
PRESÉPIO DE NATAL: SIMBOLIZA O MOMENTO E O AMBIENTE EM QUE JESUS CRISTO NASCEU.
PAPAI NOEL: REPRESENTA O BOM VELHINHO QUE DÁ PRESENTES PARA AS CRIANÇAS NO DIA DE NATAL.
ESTRELA DE NATAL: GUIOU OS TRÊS REIS MAGOS ATÉ O LOCAL DE NASCIMENTO DO MENINO JESUS.
SINOS DE NATAL: REPRESENTA O ANÚNCIO PARA A HUMANIDADE DO NASCIMENTO DE JESUS CRISTO, O SALVADOR.
GUIRLANDA: USADA COMO ENFEITE NAS PORTAS DE ENTRADA DAS RESIDÊNCIAS NA ÉPOCA DO NATAL.
PRINCIPAIS SÍMBOLOS NATALINOS E SEUS SIGNIFICADOS, ÁRVORE DE NATAL, PAPAI NOEL, PRESÉPIO ENTRE OUTROS.
ÁRVORE DE NATAL: NA TRADIÇÃO CRISTÃ, SIMBOLIZA VIDA, PAZ, ESPERANÇA E ALEGRIA.
PRESÉPIO DE NATAL: SIMBOLIZA O MOMENTO E O AMBIENTE EM QUE JESUS CRISTO NASCEU.
PAPAI NOEL: REPRESENTA O BOM VELHINHO QUE DÁ PRESENTES PARA AS CRIANÇAS NO DIA DE NATAL.
ESTRELA DE NATAL: GUIOU OS TRÊS REIS MAGOS ATÉ O LOCAL DE NASCIMENTO DO MENINO JESUS.
SINOS DE NATAL: REPRESENTA O ANÚNCIO PARA A HUMANIDADE DO NASCIMENTO DE JESUS CRISTO, O SALVADOR.
GUIRLANDA: USADA COMO ENFEITE NAS PORTAS DE ENTRADA DAS RESIDÊNCIAS NA ÉPOCA DO NATAL.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
A festa na floresta
Objetivo: Auxiliar a percepção de consoante e vogal tanto oralmente quanto por escrito
As crianças em grupos farão a pesquisa sobre animais, recortando gravuras de diferentes animais.
A professora colocará na lousa, um painel previamente confeccionado e dará início a uma história: “Nesta tarde haverá uma festa na floresta e somente os animais com pêlo foram convidados...”
Os alunos selecionarão, dentre os animais recortados, os que satisfazem a condição solicitada e os colocarão no painel.
Numa segunda etapa, cada grupo receberá o alfabeto móvel para que complete, no nome dos animais, as sílabas que faltem.
As crianças completarão a estória com o desenho, de forma que cada uma criará o meio e o final e depois irão reproduzir, oralmente, para as demais
Finalizando, poderão também dar um título para a estória.
Objetivo: Auxiliar a percepção de consoante e vogal tanto oralmente quanto por escrito
As crianças em grupos farão a pesquisa sobre animais, recortando gravuras de diferentes animais.
A professora colocará na lousa, um painel previamente confeccionado e dará início a uma história: “Nesta tarde haverá uma festa na floresta e somente os animais com pêlo foram convidados...”
Os alunos selecionarão, dentre os animais recortados, os que satisfazem a condição solicitada e os colocarão no painel.
Numa segunda etapa, cada grupo receberá o alfabeto móvel para que complete, no nome dos animais, as sílabas que faltem.
As crianças completarão a estória com o desenho, de forma que cada uma criará o meio e o final e depois irão reproduzir, oralmente, para as demais
Finalizando, poderão também dar um título para a estória.
sábado, 31 de julho de 2010
CONTRIBUIÇÃO DO APOIO PEDAGÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR
1. INTRODUÇÃO
Esse projeto foi desenvolvido na Escola de Educação Básica Francisco de Araújo Brusque, tendo como objetivo analisar as diferentes formas de relacionamento entre aluno e professor identificando teórica e praticamente as questões pertinentes ao tema “a contribuição do apoio pedagógico no contexto escolar”.
Fomos a campo com o objetivo de observar e analisar esses alunos para elencar referenciais, avaliando as reais contribuições do projeto para os alunos, professores e escola. Reunimos todos os alunos que trabalhamos no ano de 2002, numa das salas do colégio e aplicamos atividades diversificadas.
Apoio Pedagógico é um trabalho extraclasse que auxilia o professor, e tem como objetivo a sustentação do trabalho de sala de aula. Esse trabalho vem proporcionando à criança condições de elevar sua auto-estima, pois é atribuída a ela uma dedicação exclusiva à sua aprendizagem, de acordo com sua dificuldade, dando assim base ao seu desenvolvimento. SOPELSA (1998) em seu livro encerra suas reflexões em busca da valorização do aluno em que gostaria de enfatizar, novamente, a importância do professor para ele, seja em sua educação, em sua relação com a vida e em sua visão com o mundo.
Nossa preocupação foi ressaltar o papel da escola no desenvolvimento cognitivo da criança, bem como sua contribuição no processo evolutivo da escrita e leitura do aluno.
No atual contexto desta escola, nos perguntamos o porquê das dificuldades encontradas pelas crianças durante o processo aprendizagem. Esta preocupação é algo que nos afronta e nos persegue no cotidiano. Diante dessa premissa um aumento com relação ao ensino aprendizagem a cada ano que passa. Tal preocupação leva-nos ao questionamento acerca da problematização, se ela está: no âmbito familiar; na falta de afetividade; nas diferenças culturais e econômicas; na falta de formação de professores; na instituição escolar.
Nesta perspectiva e na condição de acadêmicas do curso de Pedagogia do Centro Universitário de Brusque, percebemos a importância de ter participado e de certo modo, desmistificado uma parcela destas indagações. Pesquisamos na forma de um projeto que desenvolveu o tema “a contribuição do apoio pedagógico no contexto escolar”, trazendo contribuições no relacionamento professor-aluno e viabilizando respostas aos seguintes questionamentos: Como trabalhar as dificuldades de aprendizagem na prática pedagógica? Qual a contribuição que o apoio pedagógico pode oferecer ao processo da construção do conhecimento?
Iniciamos o nosso trabalho baseado na teoria de Vygotsky, onde partimos do conhecimento que o aluno trazia da sala de aula. Segundo BARRETO (1998), o professor deve atuar na zona de desenvolvimento proximal, levando o aluno a ampliar o seu desenvolvimento. O nosso grande desafio foi o de propor atividades que nos possibilitassem intervir na zona de desenvolvimento proximal do aluno. Diante disto, acreditamos que as crianças seriam capazes de superar suas dificuldades. Com muito esforço tanto por nossa parte, quanto deles, conseguimos desenvolver algumas atividades que marcaram o ponto de partida da nossa investigação.
A pesquisa de cunho qualitativo, segundo Barbier (1985, apud HAGUETTE, 1999, p.111) “A pesquisa-ação de Lewin pode ser definida como uma pesquisa psicológica de campo, que tem por objetivo uma mudança de ordem psicossocial”. “Tem por finalidade contribuir simultaneamente para o alívio das preocupações de ordem prática das pessoas que estão em situação problemática, e para o desenvolvimento das ciências sociais através de colaboração que as reúne de acordo com um esquema ético mutuamente aceitável”.
Na nossa pesquisa, atendemos quatro crianças da 1ª série. Esta delimitação tornou-se necessária devido a restrição de espaço, bem como, para facilitar um atendimento mais individualizado. Os alunos que freqüentavam a escola no período matutino, participavam da oficina a tarde e vice- versa.
A opção por matemática e português, justifica-se enquanto disciplinas que abrangem a lógica e a interpretação, necessárias para às demais áreas do conhecimento.
Procuramos dar continuidade ao trabalho feito em sala de aula, desenvolvemos nossa pesquisa através de: Instrumentos de coleta de dados, questionários, observações, planos de ações, seguindo o roteiro de conteúdos de matemática e língua portuguesa, trabalhada pela professora em sala de aula, podendo variar de acordo com as necessidades específicas e de recuperação.
A oficina do apoio pedagógico funcionou nas terças-feiras no período matutino e vespertino . Teve duração de duas horas, sendo direcionado às dificuldades específicas e individuais.
Essa relação professor-aluno traduz o papel da mediação do professor no desenvolvimento ensino aprendizagem, para que sua contribuição seja efetiva. Nosso objetivo principal foi analisar a contribuição do Apoio Pedagógico no Contexto Escolar.
Esse trabalho se compõe de fundamentação teórica em que pudemos trabalhar os conceitos de aprendizagem e suas dificuldades no processo educativo no ensino fundamental. Na seqüência de nosso trabalho apresentamos os planos de ação e relatórios que consistem na metodologia utilizada na intervenção com os alunos detalhando as atividades realizadas na oficina do Apoio Pedagógico. Por fim, na análise de dados apresentamos a síntese de nosso trabalho realizado em que buscamos interligar os dados teóricos aos práticos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM
Apesar de todas as propostas de ensino inovadoras, ainda as escolas não abandonaram muitos dos princípios e meios do ensino tradicional, consagrados ao longo da história.
Em 1998, SOPELSA realizou uma palestra referente ao processo de ensino aprendizagem, no Anfiteatro da FEBE, na Semana da Educação. Nos apaixonamos por este tema, e como uma de nós já havia lecionado com alunos entre idade de 9 a 16 anos, da 4ª série do ensino fundamental, alguns deles eram apontados pela escola como portadores de dificuldade de aprendizagem. Destaca-se que na referida sala havia dificuldade de trabalhar. E com o depoimento de Ortenila Sopelsa em seu livro que começamos a buscar leituras, refletir e escrever sobre o tema.
SOPELSA (1998) descreve as relações da criança com aprendizagem escolar, provando que, apesar das diferenças, todos podem aprender ou melhor, o aprendizado só se concretiza porque as diferenças são respeitadas.
Durante a sua trajetória de trabalho com as dificuldades de aprendizagem, SOPELSA (1998) percebeu que o coletivo trazia resultados significativos. Sentia nos professores dificuldades em trabalhar com os alunos que fugiam do modelo ou padrão, ou seja alunos inquietos, distraídos, indisciplinados e alunos com raciocínio mais lento. Começou a questionar-se de como fazer para encontrar um caminho que atingisse todos os alunos em sala de aula.
Resolveu vivenciar, em uma experiência pedagógica, ao lado de alunos que apresentavam dificuldades na escola. Percebeu, durante sua investigação, que só conseguia ensinar à medida que sentia aprendendo com os alunos, Nesta relação de aprender- ensinando ou, talvez, ensinar – aprendendo, foram crescendo juntos, inventando e reinventando novas caminhadas, construindo e reconstruindo as história de vida.
Para tanto o nosso projeto visa analisar através de leituras e do trabalho realizado com apoio pedagógico o foco das dificuldades de aprendizagem dos alunos. Apesar de tantas dificuldades precisa - se levar em consideração não somente o contexto social e cultural da criança, que são de extrema importância, mas também seu contexto físico (estilo de vida, rotinas diária, diferença de padrões de cultura, qualidade de vida ambiental, espaços , etc.), ou seja o ambiente ao qual esta criança está inserida e se desenvolve.
O papel da família no desenvolvimento da criança é muito importante com estímulos cognitivos e principalmente afetivo, sempre vendo a criança como única, não comparando com outro filho ou com outra criança, porque cada uma tem o seu desenvolvimento diferenciado.
E a escola está ligada como à instrução formal com suas práticas escolares, e muitas vezes ignorando sistematicamente as práticas sociais mais amplas para as quais a leitura e escrituras são necessárias, e nas quais serão efetivamente colocadas em uso. O papel da escola além de ensinar, é tornar significativo o conteúdo, focalizando os aspectos sócio-histórico diferenciando o uso de instrumentos mediadores.
Nunca o conhecimento e a aprendizagem foram tão valorizados como atualmente. Esta é uma clara indicação que está havendo reflexões pertinentes relativas às abordagens do processo ensino - aprendizagem.
A idéia de que a aprendizagem é uma atividade contínua, inicia-se nos primeiros minutos da vida e estende-se ao longo dela.
Nesta perspectiva PALANGANA (1994) enfatiza que para Vygotsky a aprendizagem está presente desde o início da vida da criança. Essa trajetória do desenvolvimento humano se dá, através da internalização de processos interpsicológicos. As crianças têm a capacidade de imitação intelectual consciente, determinando que a aprendizagem evoque e promova seu desenvolvimento cognitivo e emocional, ao atuar sobre a Zona do Desenvolvimento Proximal. Zona do Desenvolvimento Proximal é a distância entre o Desenvolvimento Real, aquilo que a criança consegue executar sozinha e o Desenvolvimento Potencial, aquilo que a criança consegue realizar com a ajuda de um adulto ou de uma outra criança mais experiente.
Diante desse conceito de Desenvolvimento Proximal, o professor conhecendo o Desenvolvimento Real da criança, deve atuar auxiliando diretamente, com explicações, pistas e sugestões, fazendo o aluno a avançar, consolidar o desenvolvimento que era apenas potencial.
Nessa perspectiva, a educação não fica a espera do desenvolvimento intelectual da criança, ao contrário, sua função é propiciar que o aluno vá adiante, pois quanto mais ele aprende, mais se desenvolve mentalmente.
A escola deve priorizar as interações entre os próprios alunos e dele com o professor fazendo com que os conceitos espontâneos, que as crianças desenvolvem na convivência social, evoluam para o nível dos conceitos científicos.
Diante dessa concepção a inteligência é definida como habilidade para aprender, esse processo de desenvolvimento não ocorre se não houver situação de aprendizagem que o provoquem.
Vimos que VYGOTSKY (apud BAQUERO, 1998) concorda que o sujeito é determinado pelo organismo e pelo social que estrutura sua consciência, e rompem com a teoria de inativismo ou empirismo indo além do conhecimento simplista, redutista e focalista que impede a construção de um conhecimento novo. Ele diferencia dois tipos distintos de evolução que se dá na Filogênese, linha de evolução biológica a partir do desenvolvimento da espécie. No caso do ser humano desde o homem primitivo até o homem atual. Ontogênese, linha de evolução histórica do comportamento , parte do desenvolvimento o indivíduo desde o nascimento até a sua morte. Segundo ele, o desenvolvimento cultural da criança caracteriza-se pelo fato que transcorre sob condições de mudanças dinâmicas no organismo.
Assim sendo a aprendizagem ocorre simultaneamente através do meio que o educando está inserido, permitindo avanços qualitativos, no uso de recursos para resolução de problemas frente a novas situações. “A linguagem é o sistema simbólico básico de todos os grupos humanos”. (OLIVEIRA, 1995, p 34).
A linguagem tem a função de organizar o pensamento e o comportamento do sujeito, promovendo o desenvolvimento da funções psicológicas superiores que são atenção, concentração, memória seletiva, pensamento abstrato, vivência emocional e intencionalidade da ação. Constitui- se em um artefato cultural tendo um mediador, fator primordial para que aconteça a relação aprendizagem e desenvolvimento, possibilitando a comunicação como a fala, os sinais e a escrita, ou seja interação.
A linguagem evidencia-se em todos os momentos, é mediada pela comunicação entre os adultos e as crianças. Nas diversas situações do cotidiano é importante as crianças manifestarem suas opiniões, ouvir o outro, descrever situações, recordar em fatos, dar recados, relatar acontecimentos históricos, passear, brincar; ouvir e contar fábulas, trava-línguas, adivinhações, quadrinhas, parlendas, contos; produzir e comparar escritas.
Segundo OLIVEIRA (1995) os sistemas simbólicos, e particularmente a linguagem, exercem um papel fundamental na comunicação entre os indivíduos e no estabelecimento de significados compartilhados que permitem interpretação dos objetos, eventos e situações do mundo real.
A mediação consiste na utilização de instrumentos (externos) e signos (internos) que possibilitam, via interação social, a transformação ou modificação do meio e do sujeito. Os instrumentos são tudo aquilo que o sujeito se apropria para o seu conhecimento intensamente vivido, enquanto os signos são os instrumentos mediadores que possibilitam importante salto no desenvolvimento do sujeito, é um processo extremamente sofisticado de representação da realidade.
A interação são ações partilhadas que pressupõem a troca entre sujeitos com diferentes apropriações. Exige a mobilização do sujeito (interação significativa).A apropriação é o processo de internalização das experiências do sujeito com o grupo social, numa interação dialética, possibilitando o agir em novas situações. O mecanismo de apropriação constitui a subjetividade, marcando as diferenças individuais.
Os conceitos são formulações abstratas e genéricas que nos permite lidar com o real. A elaboração conceitual é o processo psicológico desenvolvido pelos indivíduos nas interações sociais, reflete cognitivamente suas experiências (abstrações) e suas sínteses (generalizações, mediadas pela palavra e pela materialidade). Podem ser conceitos espontâneos formulados no processo de interação em momentos do cotidiano ou conceitos científicos formulados no processo de interação que necessita de pautas interacionais específicas. Os conceitos espontâneos e os científicos são interdependentes, isto é, um puxa o outro, mas se mantém independentes, não havendo uma fusão ou dissociação entre eles. No processo de formação conceitual para Vygotsky (apud BAQUERO, 1998) o pensamento abstrato atinge suas totais possibilidades quando o sujeito trabalha com conceitos reais. O conceito real passa por três estágios diferenciados; o pensamento sincrético; a formação por complexos; a formação de conceitos potenciais. Os conceitos científicos são produção histórico-cultural que estabelece relação entre si com as disciplinas do currículo, como temas multidisciplinares e com os conceitos cotidianos.
A atividade de aprendizagem ocorre a partir do desenvolvimento real do aluno e proximal, onde o professor terá que atuar. Quando os alunos apropriaram conhecimentos eles formaram conceitos.
Neste processo de formação de conceitos, a linguagem é o principal mediador, pois o uso de signos vai possibilitar avançar em complexidade. É através da mediação estabelecida durante os momentos, que o educador vai lançar mão dos conhecimentos sistematizados pelas diferentes ciências, como forma de representação, apresentação e leitura do real. São estes conhecimentos que vão indicar como o ser humano apreendeu, compreendeu, interpretou e se modificou, enquanto sujeito da história e da cultura.
Pode-se dizer que a concepção histórico – social do desenvolvimento humano evidencia a importância de compreender que o processo de elaboração do conhecimento está inter-relacionado com a emoção, a imitação e representação, o movimento, a linguagem, o outro e as interações. Compreender a criança como um sujeito histórico e culturalmente localizado significa dizer que a ação educativa com ela caminha no sentido de ampliar seu repertório vivencial, trabalhando com suas práticas sociais e culturais.
“O brinquedo parece estar caracterizado em Vygotsky como uma das maneiras da criança participar na cultura, é sua atividade cultural típica, como o será em seguida, quando adulto, o trabalho”. (BAQUERO, 1998, p. 101).
Compreender a brincadeira como mais um eixo organizador do trabalho é de fundamental importância, pois é através dela que se estabelece o vínculo ou o elo entre o imaginário. A criança organiza o seu pensamento através de vivências simbólicas, elaborando o seu real, trabalhando a imaginação e construindo a realidade através da fantasia. A brincadeira é uma atividade humana e social, produzida a partir de seus elementos culturais. Quando trabalhamos na construção de diferentes materiais como o fantoche, máscaras, marionetes, entre outros, até a sua utilização em dramatizações, teatro e outros, a criança trabalha com imitação e a representação, desenvolvendo sua autonomia e formulando regras de convívio em grupo. Ela se desenvolve através de atividades lúdicas, o que é um fator determinante na sua evolução.
O educador deverá organizar a sua ação, estar sempre atento às brincadeiras, interagindo e oferecendo novos elementos no contexto. A observação, o planejamento e a avaliação são alguns instrumentos que o educador deve utilizar-se neste trabalho.
Segundo BAQUERO (1998) a concepção histórico- cultural, traz consigo a consciência da responsabilidade ética da escola com a aprendizagem de todos, uma vez que ela é interlocutora privilegiada nas interações sociais dos alunos. Sendo ativa, estratégica, consciente, automotivada e reflexiva. Nas salas de aula devem se criar diferentes caminhos, velocidades diferentes, potenciar a diversidade de competência , interesses, concepção de conhecimento compartilhado, visto que as atividades dialógicas são interiorizadas e incorporadas aos processos de reflexão dos membros da comunidade. Uma ação educativa que permite aos alunos dar saltos na aprendizagem e no desenvolvimento.
Que para entender melhor o ensino – aprendizagem é importante resgatar as abordagens pedagógicas ao longo do processo da educação. Faremos um resgate histórico mostrando as várias visões que vieram sendo concebidas, a partir do quadro abaixo:
Abordagens Tradicional Comportamental Humanista Cognitivista Sócio Cultural
Principais
Conceitos Memorização
Instrução
Quantitativo
Controlar
Condicionar
Reforçar
Modelar Facilitador da aprendizagem
Aprender a aprender Assimilação, inteligência, acomodação Poder, sistema
Apropriação, conscientização,
Superação, classes sociais
Aprendizagem Apropriação
de conhecimento, por meio da transmissão de conteúdos Assimilar conteúdos Comportamentos éticos, prática sociais.
Habilidades básicas
Ampliar percepções Assimilar conteúdos de forma significativa Apropriar-se dos conhecimentos que são historicamente construídos
Professor Quem detém o conteúdo e o poder de decisão Responsável pelo arranjo de contingências Facilitador da aprendizagem Cria situações
de aprendizagem que provoca desequilíbrio Favorecer a relação do grupo.
Propiciar situação de aprendizagem, junto com o aluno, questionar a realidade
Aluno Quem não conhece; passivo Assimila conteúdo;
Moldado Ativo, auto motivado, responsável pelo processo de aprendizagem Ativo; observador, pesquisador,
Criador Sujeito ativo do processo histórico social
Avaliação Visa exatidão e reprodução de conteúdos Constata se o aluno aprendeu os conteúdos Auto avaliação Qualitativa É da prática educativa e não de um pedaço dela
Ensino /
Metodologia Mecânico, os conteúdos são transmitidos e reproduzidos A dimensão técnica, mensurável e controlável Clima facilitador, dá abertura a novas percepções Conhecimento
É considerado como uma construção contínua Favorecer a compreensão da realidade, desenvolver a consciência crítica, visando a superação da relação opressor/oprimido
Fonte: MIZUKAMI (1986)
Segundo DROUET (1995, p. 8) a aprendizagem é gradual, pois vamos aprendendo pouco a pouco, durante toda a nossa vida. É um processo constante contínuo e cada indivíduo tem seu ritmo próprio de aprendizagem (ritmo biológico) que aliado ao seu esquema próprio de ação, irá constituir sua individualidade.
As diferenças individuais que existem em cada criança levam algumas a serem mais lentas na aprendizagem, enquanto outras aprendem mais rápido. Aprendizagem é, portanto um processo pessoal, de cada indivíduo, isto é, tem fundo genético e depende de vários fatores. Sendo esses fatores os esquemas de ação do indivíduo, o estágio de maturação de seu sistema nervoso, o seu tipo psicológico constitucional (introvertido ou extrovertido), o seu grau de envolvimento, seu esforço e interesse.
Aprendemos por nós mesmos, não podemos aprender pelos outros. As novas aprendizagem do indivíduo dependem de suas experiências anteriores. Assim, as primeiras aprendizagem servem de pré-requisitos para as subseqüentes. Por esse motivo, dizemos que a aprendizagem é um processo cumulativo, ou seja cada etapa integra-se ao repertório de conhecimento e de experiências que o indivíduo já possui, indo constituir-se sua bagagem cultural.
Este processo de acumulação de conhecimento não é estático. Cada nova aprendizagem a criança reorganiza suas idéias, estabelecendo relações entre as anteriores e as novas, colocando seus sentimentos nesse julgamento.
Ainda de acordo com DROUET (1995, p. 9) “Existem pelo menos sete fatores fundamentais para que a aprendizagem se efetive, seja qual for a teoria de aprendizagem considerada. Os sete fatores são, a saúde física e mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência, concentração ou atenção, memória”.
A criança deve apresentar bom estado físico geral para que seja capaz de aprender. Alguns problemas na área física que poderá prejudicar a aprendizagem como: febre, dores de cabeça, deficiência de visão, de audição, disritmias (as chamadas ausências ).
Para BARRETO (1998, p11) a atuação com atividades psicomotora atua de maneira preventiva, evitando dificuldades tão comuns a alfabetização, tais como má concentração, confusão de letras, e de sílabas, confusão no reconhecimento das palavras, no todo ou em sua divisão silábica durante a leitura, escrita espelhada, letra legível, dificuldade de passagem de plano vertical para horizontal.
A criança tem que ser criança, permitindo assim que ela se “mostre” dentro de suas possibilidades, confiando assim seu potencial e mantendo-se curiosa e imaginativa.
Conforme os valores que a criança traz de casa, adquirido no seu cotidiano, mais aquelas habilidades , conhecimentos, experiências e noções dão a ela vantagens .
Diante da fala de DROUET (1995, p.11) podemos perceber que a maturação e a aprendizagem são processos diferentes, porem intimamente ligados, pois a maturação cria condições para que as aprendizagens ocorram.
O desenvolvimento afetivo, o desenvolvimento motor e o desenvolvimento intelectual encontram-se no ser humano de forma indissociável. Por ser o movimento uma forma de conduta global, deve ser amplamente explorado por meio das percepções visuais, táteis, auditivas, sinestésicas. Assim permitimos ao educando perceber, conhecer, analisar, vivenciar, meditar, resolver, elaborar, comparar e através da ação, formar seus conceitos.
A seqüência que a criança faz quando bebê de sentar, arrastar-se, engatinhar e andar é um exemplo do processo de maturação biológica, que vai ajudar no desenvolvimento na aprendizagem.
Sendo assim, devemos continuar proporcionando as crianças a possibilidade de conhecer seu próprio corpo com atividades que a ajude a continuar a se desenvolver como : rolar, sentar, engatinhar, andar, correr, dançar, pois através de músicas, pois ao se movimentarem com o som da música a criança descobre o prazer de seu corpo se deslocando no espaço, liberando assim suas tensões.
Da mesma forma, podemos melhorar a coordenação estimulando os seguintes aspectos: percepção, auto identificação, localização do corpo, força, muscular, equilíbrio e ritmo, organização do corpo no espaço, habilidade para reações rápidas de destreza e agilidade, discriminação, sentido de direção, lateralidade, orientação no tempo, acuidade auditiva, decodificação auditiva, associação audioverbal, memória auditiva, acuidade visual, discriminação visual, interpretação visual, coordenação e acompanhamento visuais, discriminação visual de formas de diferenciação visual de figura de fundo, memória visomotora, coordenação muscular visomotora fina, manipulação visomotora de forma e espaço, percepção gustativas e olfativas.
Além da área psicomotora devemos enfocar o desenvolvimento da linguagem como: fluência na comunicação e articulação das palavras, conceito de números, classificação e seriação, informação geral, compreensão, aceitação social, respeitar antecipatórias, julgamentos de valor, maturidade social, criatividade e invenção.
Para DROUET (1995, p.11) é necessário que a criança tenha condições de assimilar e compreender as informações que recebe, de raciocinar com lógica as várias problemáticas apresentadas.
Sabe-se que a criança tem dificuldade de permanecer muito tempo prestando atenção a esse fator da concentração que interfere na aprendizagem, deve-se desenvolver essa habilidade nela para que tenha maior facilidade para aprender.
A memória é um fator importante no processo de ensino aprendizagem. O indivíduo muito ansioso, o preocupado, não consegue fixar sua atenção no que está sendo ensinado, consequentemente não memoriza a informação e não aprende. A memória evolui com o desenvolvimento das funções intelectuais.
DROUET (1995), contribui com um texto de apoio que explica a importância do sistema nervoso e dos processos neurológicos para o ensino e a aprendizagem. Explica que o sistema nervoso só entra em funcionamento quando suas estruturas, especialmente os nervos e os centros nervosos, chegam a uma determinada fase de maturação.
A maturação do sistema nervoso é tanto melhor, quando mais aminoácidos e vitaminas B, a criança recebe na alimentação em seus primeiros anos de vida. Os nervos e os centros nervosos funcionam naturalmente com a experiência e não com o ensino e a aprendizagem. Em seus primeiros anos de vida, a criança só aprende e memoriza com a prática, usando os seus sistemas sensoriais. Os centros nervosos da aprendizagem e da memória não se comunicam diretamente com o meio exterior, mas sim, indiretamente, através dos sentidos. Qualquer distúrbio ou interrupção tanto no cérebro, no cerebelo, na medula nervosa e nos nervos, prejudica a transmissão dos estímulos e, portanto, a aprendizagem.
Percebe-se, então, que o sistema nervoso é de extrema importância para a vida humana e que de seu bom funcionamento dependerão as múltiplas aprendizagem que vamos acumulando durante toda a nossa existência.
Uma avaliação diagnóstica consiste em perceber as necessidades à aprendizagem. O primeiro mês de aula, conhecido como período preparatório, deve-se reservado para essas atividades de avaliação. Assim com essas informações o professor terá condição de planejar e dar início a uma boa proposta de trabalho, dando assim a possibilidade de analisar a aprendizagem de seus alunos. Se o professor detectar dificuldades de através das observações, deverá registrar e pedir ajuda a um especialista adequado para cada caso, para que tenha condições de fazer um trabalho de maneira que leve a superação das dificuldades.
Hoje sabemos que aprender a ler e a escrever requer mais do que meras aptidões perspectivas ou motoras. Para FERREIRO (1992) a criança precisa entender a natureza da representação da alfabética. Para essa compreensão ela necessita passar por um processo evolutivo, o que vai desde o rabisco, garatuja ou escrita com desenhos até o momento em que descobre que o momento em que descobre que as letras representam aspectos sonoros da palavra. Ela passa finalmente de uma fase inicial silábica para finalmente entender a representação alfabética. Na fase inicial desse desenvolvimento o significado é o aspecto que importa da palavra e só gradualmente ela vai percebendo que esta tem características sonoras que não depende do seu significado.
A aprendizagem é um processo contínuo, onde a criança além de uma linguagem interior já adquirida para chegar a escrita é a leitura é necessário uma noção conjunta das seguintes aptidões, discriminação auditiva, composição e decodificação dos sons, discriminação visual, organização e orientação os elementos no espaço, seqüência temporal, coordenação dos movimentos finos, conhecimento e controle do próprio corpo, noção de lateralidade, vocabulário, capacidade de concentração, tendência a inversão, os elementos necessários à aprendizagem aritmética. Além dessas aptidões é importante lembrar que cada criança tem seu ritmo próprio, portanto nem todas chegam ao mesmo grau de maturidade ao mesmo tempo. Um outro fator que traz problemas dentro do processo de ensino aprendizagem são os distúrbios na fala, na audição, o emocional, o comportamento, entre outros constituem em obstáculos na aprendizagem, prejudicando-a ou mesmo impedindo. Portanto, o professor deve ficar atento, observando o comportamento de seus alunos, registrando o maior número possível de dados sobre eles. Diante de qualquer anomalia em seu desempenho escolar, explicar aos pais o que observou e encaminhar ao especialista adequado. É muito importante não rotular o aluno.
BARRETO (1998) explica algumas anomalias que pode ocorrer com a criança. Uma criança hiperativa por exemplo possui dificuldade em fixar a atenção apresentando necessidade de remexer-se, às vezes fala excessivamente, pode ter maneirismo desagradáveis, é inquieta, bate nas outras crianças, provoca freqüentemente vários tipos de discussão e conflitos, tem dificuldades em controlar suas necessidades, é impulsiva, geralmente tem uma coordenação ou controle muscular pobre, é geralmente desajeitada, deixa cair as coisas, quebra coisas, e vem aumentando a queixa maior dos professores é que vem aumentado o número de crianças hiperativas.
A dislexia é um distúrbio na leitura e na escrita, incapacidade de aprender a ler, troca de fonemas. A criança lê silabando e não consegue entender o que leu. Alguns erros mais comuns que a criança disléxica costuma cometer, tanto na escrita como na leitura são a confusão de letras simétricas q e p, n e u ( esperda em lugar de esquerda), confusão de letras auditivamente semelhantes t e d, p e b ( dadu para tatu), inversão de ordem de sílabas, omissão de letras (giado para guiado), adição de letras e sílabas na palavra ( fiaque para fique).
A disortografia costuma ser o resultado de uma disléxia, mas pode existir também entre crianças que não apresentam distúrbios manifestos da leitura, a não ser uma dificuldade logo compensada. Normalmente, a criança com disortografia erra ao transpor da leitura para a escrita. Na disgrafia em geral, há falta de equilibração do tônus do braço ou punho. Já a dislogias é uma perturbação do pensamento, que se subdivide em alogias congênitas ou adquiridas e, em inibições ou funcionais. Existe alteração verbal em virtude de distúrbio psicológico. Dançar e , em seguida, fazer colagem, dando ordem lógica através de uma história contada ou escrita é um excelente exercício para o dislógico.
A dislalia são perturbações da articulação e impossibilidade de emitir conscientemente uma palavra por outra. Os exercícios oro – faciais tipo brinquedo cantando e trava-língua são excelentes para essas crianças.
Na discalculia o cálculo é uma espécie de ginástica mental que requer atenção, concentração, relaxamento. Dificuldade de calcular muitas vezes é um problema emocional ou de estruturação espacial.
A disartria é a desarmonia entre impulsos motrizes e o trabalho dos aparelhos periféricos, podem ser funcionais ou orgânicos. Em geral é a alteração na maneira de falar em decorrência de lesão no sistema nervoso central. Só há comprometimento na fala e na articulação.
Já as crianças que apresentam a disfemia um fundo emocional e o exemplo mais clássico é o da gagueira dá-se por meio de exercícios metódicos de ginástica, com aparelhos de respiração e formação e de articulação. Outro exemplo é a confusão na pronúncia e balbuciência ( espécie de linguagem infantil). Em geral, exercícios de consciência corporal e de respiração canto e relaxamento são de grande ajuda. O relaxamento diário ajuda a melhor e equilibrar comportamentos, a ajustar o tônus. O tônus tem uma grande importância no desenvolvimento da personalidade da criança.
A causa dessas desvantagens podem ser psicológica, neurológica, motriz, perceptivo ou sensorial . Segundo BARRETO (1998) não deve-se limitar a reeducar crianças psicopedagogicamente quando ela não consegue se desenvolver de maneira global, levando em conta tão somente o aspecto cognitivo e uma visão organicista ou mecanicista. Deverá dar ênfase aos jogos, ao aspecto lúdico e ter conhecimentos teóricos suficientemente para convencer os pais e diretores da importância e cientificidade destas aparentes brincadeiras. Brincadeiras que levem a obter a consciência do próprio corpo, o domínio do equilíbrio , o controle e eficiência das diversas coordenações globais e segmentares, controle da inibição voluntária e da respiração, organização do esquema corporal e orientação do espaço, correta estrutura espaço- temporal, melhores possibilidades de adaptação de mundo exterior.
O professor também pode contribuir com o fracasso escolar usando métodos e técnicas deficientes, como por exemplo; método difícil, aula monotonia, desatenção aos interesses das crianças, falta de exercícios para desenvolver as habilidades necessárias à alfabetização visomotora, atenção, métodos que não atendem as diferenças individuais, falta de preparo do professor e, técnicas de alfabetização, dificuldade em manter a disciplina da classe, desconhecimento dos recursos de ensino, e muitas outras deficiências.
Alguns dos sintomas do fracasso escolar pode desencadear as reações mais diversas, alguns alunos tornam-se apáticos, desinteressados, outros tornam-se indisciplinados, há aqueles que se tornam negativistas, sempre se apondo aos pais e professores, existem ainda aqueles que passam a apresentar uma grande instabilidade emocional, sendo ora estudioso, ora totalmente relapsos. Qualquer dessas reações podem agravar com o tempo e tanto o professor como a família muitas vezes colaboram inconscientemente para esse agravante. Isso ocorre através de notas cada vez mais baixas, fazendo críticas, comparações com outros colegas ou irmão e sendo castigado pelo insucesso. Os educadores devemos tentar compreender esses alunos e fazer o possível para não prejudicá-los. Devemos principalmente tratá-los com paciência e não esquecê-los no fundo da sala.
Há várias interpretações para existência das diferenças individuais . No seu livro ela menciona três correntes. A corrente predeterminista de psicólogos atribui à herança genética, a corrente ambientalista responsabiliza o ambiente uma influência decisiva nessa diferenças e, por fim, a corrente interacionista admite que ambas, ou seja a influência da herança genética ou o ambiente são responsáveis pelas diferenças individuais. DROUET (1995, p.187)
Conforme SOLPELSA (1998, p. 123) o erro costuma traçar na escola a fronteira entre o sucesso e o fracasso. Se cada experiência de aprendizagem for uma experiência de sucesso, o aprendiz constrói uma representação de si mesmo como alguém capaz de aprender, Se, ao contrário, cada experiência de aprendizagem for uma experiência de fracasso, o ato de aprender tenderá a se transformar em ameaça, e a ousadia necessária à aprendizagem converter-se-á em medo e bloqueio.
É necessário observar os alunos constantemente para que diante de qualquer anomalia com os mesmo a escola possa organizar -se como um grupo democrático, dialógico e participativo buscando soluções para os problemas. E também é necessário que o corpo docente conheça e compreenda as prioridades e dificuldades da comunidade escolar para apropriar – se do conhecimento científico através de uma proposta escolar voltada para a realidade do aluno.
2.2 AVALIAÇÃO ESCOLAR
A avaliação escolar é um processo contínuo que deve ocorrer nos mais diferentes momentos de trabalho. Pode ser definida a partir dos objetivos traçados e os instrumentos utilizados devem ser pertinentes às condutas que se pretende avaliar. Existe uma gama de instrumentos que pode ser acionado pelo professor, desde a simples observação cotidiana até formas mais sofisticadas de elaboração do assunto. É preciso inclusive, que haja relação do instrumento com a área de aprendizagem.
É comum observarmos a existência de crianças tidas como “ideais” ou seja que satisfaça a sociedade, onde perpassam as fases de desenvolvimento de forma progressiva, idêntica e no mesmo espaço de tempo. Assim, acaba-se por avaliar as crianças padronizada, de acordo com o comportamento que se espera delas em cada idade.
No entanto, é preciso considerarmos a individualidade de cada criança, pois nem todas seguem o padrão da criança “ ideal”, e que todas desenvolvem-se da mesma forma e nem no mesmo ritmo. Avaliar deve ser uma ação constante de acompanhamento desse processo onde cada um, com suas características próprias possam seguir ritmos de aprendizagem e de desenvolvimento. “Respeitar as diferenças entre os alunos é uma tarefa que exige, sobretudo, sensibilidade, humanidade e cooperação entre os professores”. (HOFFMANN, 1998, p. 18)
Além disso, percebemos que, na maioria das vezes, a avaliação no contexto da educação , acontece de maneira informal, através de conversas com os pais, sobre o que vem acontecendo com a criança na escola. Enfim, muitas vezes as palavras se perdem e essa fase do desenvolvimento da criança acaba sendo desfigurada e esquecida com o passar do tempo.
Segundo HOFFMANN (2002), é possível perceber que a avaliação na educação sofre influências dos modelos de avaliação classificatória, com concepções disciplinadoras e comparativas que desrespeitam a infância com sua fase de desenvolvimento. Há ainda, um entendimento de avaliação com julgamento de capacidades da criança, o que não contribui para o seu desenvolvimento.
O tema avaliação está sendo muito discutido nos último tempos, tem-se buscado nessa discussão, construir uma avaliação, levando em conta as dificuldades e o mundo social onde essa criança está inserida. O entendimento do processo de desenvolvimento infantil é o que vai nortear a ação educativa do dia – a – dia, através de um fazer reflexivo. Para fraseando HOFFMANN (2002), a busca do significado para a avaliação requer o estudo das concepções de educação, das teorias de desenvolvimento e das as abordagens do processo educativo que delas se originam, pois diferentes posturas avaliativas precisam ser analisadas à luz de tais concepções.
No que se refere a esta postura avaliativa significa a adoção de “posturas contrárias à constatação de registros e resultados alcançados pela criança a partir de ações dirigidas pelo professor, buscando, ao invés disso, ser coerente à dinâmica do seu processo de desenvolvimento, a partir do acompanhamento permanente da ação da criança e da confiança na evolução do seu pensamento”.(HOFFMANN,1996, p.24) Na medida que se amplia a discussão sobre a intenção da educação escolar, amplia-se também a discussão sobre o significado próprio da avaliação.
Esta proposta de avaliação concebe o professor/ aluno como mediador e não que a criança reproduza os conhecimentos que o mesmo transmitiu. O conhecimento é elaborado na relação que a criança estabelece com as outras crianças (de diferentes idades), com os adultos ( pais, professores e outros) com o meio ambiente e com a cultura e com o conhecimento. Todos estes elementos são agentes mediadores entre a criança e a informação.
Para Vygotsky ((apud BAQUERO, 1998) , todo indivíduo tem possibilidade intrínsecas de desenvolvimento de progresso intelectual e assim, deve-se procurar analisar o potencial de aprendizagem, tendo como alvo pedagógico de desenvolvimento do potencial avaliado e não a simples determinação dos déficits de aprendizagem, como é o sentido tradicional da avaliação. Para que ocorra efetivamente uma avaliação significativa, é preciso que o educador esteja disponível para aceitar também os resultados que não correspondem a essa expectativa. Isso não implica em aceitar como certo tudo o que vem do aluno, mas em possibilitar a abertura de confronto de idéias e para o redirecionamento da prática educativa.
Segundo HOFFMANN (2001, p.29) “... as anotações do professor precisam contemplar referências significativas sobre a singularidade de cada estudante: suas estratégias de raciocínio na resolução de problemas, modos de ser e de agir em sala de aula, comentários e perguntas em diferentes momentos de aprendizagem e a sua evolução na compreensão das noções”.
Antes de definir como será feita a avaliação, é preciso definir o que se deseja e quais os principais objetivos para cada grupo de alunos. Para que essa definição seja coerente, o professor deve levar em consideração a realidade de todos os envolvidos na ação pedagógica, considerando que cada grupo é formado por indivíduos com histórias, experiências, e características bastantes variadas.
“É possível supor que a escola erra de três maneiras diferentes: por desconhecimento das características gerais do funcionamento mental humano nas várias fases do desenvolvimento: por desconhecimento dos conteúdos do segmento cultural que contextua os seus aprendizes concretos; e por desconhecimento das histórias de vida própria a cada um”.(AUTOR DO TEXTO AQUINO, 1997, p.72)
Diante de todo exposto, consideramos então, que o objetivo da avaliação deve ser acompanhar o desenvolvimento da criança, auxiliando o professor na orientação para uma caminhada segura no processo de construção do conhecimento. “A finalidade é que todos possam ampliar continuamente os conhecimentos que possuem, cada um no seu tempo, por seu caminho, com seus recursos, com a ajuda do coletivo". (ESTEBAN, 1999, p. 24)
A avaliação consiste em um aspecto bastante amplo que procura dar conta de todas as áreas do desenvolvimento. Para que se efetive uma avaliação de acompanhamento e observação constantes, torna-se fundamental o registro dessas observações. É importante que o educador estruture duas formas de registros; um que acompanhe as observações sobre cada criança – suas relações, interações , processos vivenciados em relação ao grupo (autonomia, participação, enfrentamento de dificuldades).
Outra, que contenha as análises e reflexões do educador quanto ao grupo de crianças considerando as situações vivenciadas no cotidiano; se forem significativas, como foram organizadas e apresentadas, o que faltou, o que poderia ser melhorado, quanto a organização do espaço físico e do tempo, os acontecimentos relevantes do dia, e que não constavam no planejamento; como foram encaminhados, as facilidades e dificuldades sentidas pelo educador, seus conflitos e encaminhamentos, seus avanços em relação as situações anteriores, quanto ao seu trabalho.
“De nada valem, por exemplo, graus e conceitos genéricos, pois não resgatam uma memória significativa das observações realizadas, em nada favorecendo professores e alunos a tomar consciência de suas ações para poder superar-se.” (HOFFMANN, 2001, p.42)
Precisamos procurar melhorar o desempenho dos alunos e suas práticas pedagógicas, procurando avaliar de modo a acompanhar o desenvolvimento, interesse e o conhecimento prévio de cada criança . E também socializar e discutir o significado de tais registros no sentido de melhorar e dar condições aos professores de adequar as ações educativas possibilitando um desenvolvimento mais amplo das crianças.
Percebemos que essas preocupações tem fundamento, como diz HOFFMANN (2001, p. 36), “O conjunto de dados que o professor constitui sobre o aluno são recortes de uma história da qual ele participa e sobre a qual tem o compromisso de atribuir significado. É essencial que tais registros sejam relevantes sobre o que observou e pensou para que possam subsidiar a continuidade de sua ação educativa.”
A avaliação deveria ter como finalidade básica de intervir para tomar decisões educativas, observar a evolução e o processo da criança e planejar para modificar determinadas situações, relações ou atividades na aula.
Percebemos que no desenvolvimento da criança o professor precisa mediar a ação, favorecendo desafios, tempo, espaço e segurança nas suas experiências usando instrumentos de avaliação confiáveis e significativos para melhorar e adequar as ações educativas às possibilidades de cada grupo e de cada criança individualmente no sentido construtivo e evolutivo.
3. PLANOS DE AÇÃO E RELATÓRIOS
PLANO DE AÇÃO: 13/05/2003
OBJETIVO
• conversar sobre possibilidade de reunirmos os alunos que participaram do apoio pedagógico no ano de 2002, com objetivo de avalia-los.
RELATÓRIO
Formulamos com a orientadora Claudete Bonfanti, um questionário (ANEXO XVIII) para aplicarmos com os professores de 1ª série com objetivo de analisar o conceito dos professores sobre “Dificuldade de Aprendizagem”. Essas respostas nos ajudaram analisar as diferentes formas de relacionamento entre professor/ aluno. Nesse dia aproveitamos também para redigir o bilhete pedindo a autorização dos pais para que as crianças participassem do apoio pedagógico.
PLANO DE AÇÃO: 11, 18, e 24/06/2003
OBJETIVO
• Observar os alunos no processo ensino-aprendizagem;
• Preparar materiais para o trabalho a ser desenvolvido.
RELATÓRIO
Nesse período fomos na unidade escolar para analisar e selecionar os materiais visuais já existentes com o intuito de apresentar no multimídia e aproveitamos para preparar o material no qual utilizaríamos no Apoio Pedagógico.
Iniciamos selecionando textos para a produção de materiais didáticos a serem executados pelos alunos no nosso estágio. Na execução do planejamento das aulas optamos pelos textos: “Chapeuzinho Vermelho”, “Um elefante em busca de um amigo”, “Um amigo é alguém que gosta de você”, “Abecedário da Xuxa”, Oração do estudante”, “O homenzinho torto”, “Para o dia ser assim” e “A barata”. Depois de escolher os textos produzimos as atividades como cruzadinhas, caça palavras, interpretação de texto, contação de estória, produção de texto, escrita espontânea, tangran, quebra-cabeça, jogo de memória com cartas para trabalhar os gêneros dos substantivos, cartas com sílabas para a formação de palavras e material envolvendo números , problemas com adição, subtração e multiplicação entre outras atividades que utilizamos durante o nosso trabalho junto com as crianças, porque trabalhamos além do período do estágio, trabalhamos como voluntárias com o intuito de observar e ajudar as crianças.
PLANO DE AÇÃO: 24/07/2003
OBJETIVOS
• Investigar os alunos e buscar subsídios para o desenvolvimento do processo da alfabetização;
• Aplicar atividades diversificadas com intuito de desenvolver os aspectos cognitivo, afetivo e social.
RELATÓRIO
Iniciamos as atividades planejadas para o dia. Os alunos fizeram uma pequena leitura , onde observamos que o Vermelho leu pausadamente, com dificuldades nas sílabas complexas e também nas palavras maiores ou seja com mais de três sílabas. Laranja, Verde e Anil na leitura tem momentos que eles ainda lêem pausadamente, mas com voz firme. A leitura do Violeta é com dificuldade nas sílabas complexas e principalmente as que contém “r” (está freqüentando a fonoaudióloga à dois anos), é um menino bastante ansioso para aprender. Vermelho lê lentamente, soletrando, parece que sua leitura é nasal. O Azul, e a Amarelo lêem com segurança e corretamente.
Quando aplicamos as atividades que haviam necessidades de fazer uma leitura prévia, não apresentaram dificuldades na sua execução. Poucas foram as dúvidas para saber o que fazer. Nas primeiras atividades não intervimos, deixando-os fazerem sozinhos. E como era uma escrita espontânea (ANEXO I) podemos observar que a maioria tem criatividade e escreve com alguns erros ortográficos. O Violeta é o que mais apresenta dificuldades na escrita devido ao seu problema na construção de frases, mesmo quando fala e também pela dificuldade de perceber o som do “r” no meio das palavras.
Para iniciarmos a nossa avaliação, foi lido o texto “Um elefante em busca de amigos”, fizemos uma roda de conversa, discutimos a importância de se ter um amigo, o que é ser amigo, e como foi que você encontrou o seu melhor amigo, e em seguida propomos uma atividade, onde eles fizeram uma interpretação do texto (ANEXO II). Neste momento, buscamos enfatizar o vínculo que a criança faz com a linguagem, como expressão de sentimentos, expectativas, opiniões e, ainda, como um instrumento de forma significativa de interação social.
Ao explorarmos o texto, pretendemos fazer com que as crianças, além de ampliar o conceito sobre elas, perceba a escrita como elemento fundamental para a construção daquilo que permeia o cotidiano e como mediadora de diversas práticas sociais.
Nesta tarde aproveitamos o tema “amigos” para desenvolvermos as atividades propostas durante esse dia. Interpretação do texto oral e escrito, onde precisamos intervir em alguns momentos. Fizemos uma leitura complementar “ Um amigo é alguém que gosta de você” (ANEXO III), a leitura foi feita por alguns alunos e no final do texto eles escreveram como haviam encontrado seu melhor amigo. Para finalizar, usamos uma atividade onde o Tom e o Jerry (ANEXO IV) estavam conversando e eles tiveram que criar o diálogo dos dois.
PLANO DE AÇÃO:25/07/2003
OBJETIVO
• Estimular os alunos a levantar suposições sobre as diferentes formas com as quais os seres humanos se relacionam e identificar o conceito que cada uma tem de si mesma.
RELATÓRIO
Aproveitamos para trabalhar com a psicomotricidade através de dinâmicas, jogos, músicas. Procuramos resgatar a expressividade, a capacidade de comunicação do sujeito consigo mesmo, com os objetos, com os outros e com o mundo. Primeiramente fizemos uma oração com os alunos “Oração do estudante”(ANEXO V), e cantamos a música “Para o dia ser assim” (ANEXOVI).
Em seguida iniciamos as atividades planejadas para o dia. Os alunos fizeram um desenho ”Como sou eu” (ANEXO VII), para identificarmos a impressão que a criança tinha de si mesma. Não encontramos em nenhum desenho, vestígios que nos levassem a pensar que a criança tivesse baixa auto estima. Em seguida cantamos e dançamos a música da Xuxa “Cabeça, ombro, joelho e pé”, para que eles tivessem noção do seu próprio corpo. Todos participaram com muito entusiasmo.
Trabalhamos com jogo de memória em grupo de quatro (ANEXO VIII) e também com tangran (ANEXO IX), onde alguns tiveram dificuldades na formação das figuras. E por último foi distribuído fantoches para que eles criassem falas para seus personagens e interagissem entre eles. Foi a atividade que eles mais gostaram .
PLANO DE AÇÃO: 28/06/2003
OBJETIVO
• Explorar a importância dos números na vida de cada um.
• Desenvolver atividades de escrita espontânea.
RELATÓRIO
Neste dia aproveitamos para trabalhar com tecnologia. Utilizamos o retro projetor para contar a estória: “Chapeuzinho Vermelho” (ANEXO X). Aproveitamos também para desenvolvermos atividades, nas quais podemos identificar as dificuldades na disciplina de matemática. Fizemos oração com os alunos “Oração do estudante”, e cantamos a música “Para o dia ser assim”. Em seguida iniciamos as atividades planejadas para o dia, com a presença da professora Clara Maria Furtado. Contamos a estória “Chapeuzinho Vermelho”, usando o retro projetor, uma maneira de utilizarmos a tecnologia e chamar a atenção dos alunos.
Contamos a estória com a utilização do retro - projetor e cantamos a música que faz parte da estória. Em seguida realizamos a atividade de escrita espontânea, como a interpretação do texto e atividade que pedia a eles escreverem do seu jeito, em relação a estória. Houve a intervenção nossa quando necessária na ortografia. Aproveitamos a ocasião para apresentar a nossa orientadora de estágio professora Clara para os professores presentes na escola.
Trabalhamos com algumas atividades de matemática, onde percebemos que as crianças tem mais dificuldades na subtração. (ANEXO XI)
PLANO DE AÇÃO: 29/07/2003
OBJETIVOS
• Observar como as crianças trabalhavam as diversas formas de escrita.
RELATÓRIO
Primeiramente fizemos uma oração com os alunos “Oração do estudante”, e cantamos a música “Homenzinho torto” (ANEXO XII). Em seguida iniciamos a música da “Barata”(ANEXO XIII) e cada crianças usou sua criatividade para desenhar e produzir a sua estória baseada na música. Realizamos atividades como cruzadinhas (ANEXO XIV), caça palavras (ANEXO XV), ordem alfabética a partir da música “Abecedário da Xuxa” (ANEXO XVI), atividades diversificadas (ANEXO XVII).
PLANO DE AÇÃO: 30,31/07 e 01/08
OBJETIVO
• Avaliar com os alunos as palavras escritas nas atividades anteriores.
RELATÓRIOS
Trabalhamos no período matutino, duas horas por dia, com grupos de quatro alunos. Utilizamos as atividades já realizadas anteriormente para aproveitar trabalhar com as dificuldades de cada aluno. Essa intervenção fez-se necessário para a contribuição do apoio pedagógico no desenvolvimento cognitivo, que foi o nosso objetivo durante todo o período que trabalhamos com eles no nosso estágio e no nosso trabalho de voluntárias. Assim podemos perceber que aqueles alunos que faltava só um pouquinho para atingir o objetivo da professora, o apoio pedagógico contribuiu para que isso acontecesse e para aqueles com apresentavam muita dificuldades o apoio teve um papel também muito importante, porque o trabalho mais individualizado ajuda a identificar o problema que leva o aluno a ter dificuldade na aprendizagem, auxiliando para intervir diretamente no problema ou encaminhando se necessário a um especialista.
4. ANÁLISE DE DADOS
4.1 APOIO PEDAGÓGICO: UMA OPÇÃO PARA CONTRIBUIR O PROCESSO DE APRENDIZAGEM.
O objetivo maior desse projeto foi analisar a contribuição do apoio pedagógico na aprendizagem dos alunos, partindo do princípio de que todas as crianças tem capacidade de aprender. O projeto teve início com uma visita e a autorização da direção da E.E.B. “Francisco de Araújo Brusque” para o nosso estágio. Iniciamos com as 1ª séries do ensino fundamental, com crianças que apresentavam dificuldades no processo de ensino aprendizagem.
Na parte administrativa, as professoras e os pais contribuíram muito com o nosso trabalho, inclusive a escola forneceu uma sala para trabalharmos com os alunos.
Na primeira etapa observamos as crianças em sala de aula. A etapa seguinte foi intervir no desenvolvimento escolar, que acontecia uma vez por semana nos dois turnos (vespertino e matutino) , com quatro crianças em cada turma.
Esse processo de construção do desenvolvimento infantil é bem complexo, devido as limitações diante de alguns casos onde precisaria a atuação de algum profissional ou quando a família está muito indiferente ao desempenho da criança.
Entrevistamos os professores através de um questionário, o qual deu-nos noções das suas dificuldades em trabalhar com crianças que não tem o mesmo ritmo do que a maioria dos alunos da sala. Fomos em busca da fundamentação teórica para dar sustentação ao nosso trabalho.
Durante o ano de 2002 e 2003 atuamos no nosso projeto com 7 crianças e com o intuito de preservar a identidade de cada uma delas, escolhemos as cores do arco-íris, pois as mesmas dependem do olhar do observador e da luz do sol para definir suas cores. Estamos certas de que a visão que dirigimos as crianças depende de nós e se origina em nossa maneira de olhar, de abstrair qualidades percebidas dentro do seu contexto, onde podemos observar que:
VERDE
Sexo masculino, 6 anos , 1ª série. Era uma criança educada e muito tímida desde o primeiro dia mostrava-se inseguro e dependente da prima, como se ela fosse o modelo para ser seguido. Conversamos com a mãe do Verde e comprovamos que havia comparação pela família entre ele e a prima , e que no jardim e no pré tinha sido do mesmo jeito, ele ficando ao seu lado e tentando fazer os trabalhos iguais ao dela.
Separamos os dois na sala de aula com muito cuidado e encaminhamos para o apoio pedagógico com a finalidade de aumentar sua auto – estima e segurança. Iniciou no apoio no inicio de maio, e em agosto chegamos a conclusão que já não havia mais necessidade de freqüentar as aulas de apoio, por estar conseguindo fazer as atividades propostas na sala de aula.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Verde, observamos que ele lê com segurança e corretamente. A professora relata que ele quase sempre corresponde as expectativas da série que está freqüentado e não tem mais necessidade de freqüentar o apoio pedagógico. Faz as atividades sozinho, pede auxílio somente quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras. Seus pais comparecem sempre na escola e estão sempre em contato com a professora por telefone, ajudam nas tarefas de casa, nos estudos diários e demonstram muito carinho ao fazer isso. A maior dificuldade da professora é a sala de aula lotada, impedindo um atendimento mais individual.
VIOLETA
Sexo masculino, 6 anos, 1ª série. Era uma criança de temperamento agitado, nervoso, iniciou no apoio pedagógico no final de maio por apresentar dificuldades na fala, tanto na dicção como na construção das frases ( falando ou escrevendo) . Além de ser encaminhado para uma profissional em fonoaudiologia, apresentava ser imaturo, mas sua mãe estava sempre ajudando muito na sua aprendizagem. Foi assíduo durante todo o ano nas aulas de reforço, mas mesmo com todos esses requisitos favoráveis não foi possível encaminha-lo para a 2ª série. Ele ainda apresentava muita dificuldade na escrita e na leitura.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 1ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Violeta, observamos que ele lê com dificuldades as sílabas complexas, principalmente naquelas que contém a letra “r” no meio da palavra, mas com voz firme. A professora relata que esse ano ele já corresponde as expectativas na sala de aula e consegue fazer as atividades sozinho, pedindo ajuda somente quando necessário. Continua freqüentando a fonoaudiologa, pois possui dificuldades nas silabas complexas e tem erros na construção das frases (Eu vou paia). Realiza rapidamente as atividades é muito ansioso, pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras. Seus pais comparecem na escola quando são solicitados, ajudam nas tarefas de casa, nos estudos diários. A maior dificuldade da professora é a sala de aula lotada, impedindo um atendimento mais individual. Esse ano não precisou freqüentar o apoio pedagógico, ele é um menino muito esforçado e sua mãe acompanha seus estudos diariamente.
AZUL
Sexo masculino, 6 anos, 1ª série. Era muito imaturo, o mais pequeno da turma tinha até dificuldade de sentar na carteira, só pensava em brincar, não conseguia fazer as atividades propostas, não tinha concentração. A mãe falou que ele só fez o jardim e não tinha feito o pré, e quando veio matricula-lo no pré, não podia porque ele iria fazer 7 anos em setembro. Então encaminhamos para o apoio pedagógico. Ele freqüentou o apoio pedagógico durante três meses. Houve progresso no seu desenvolvimento e foi liberado das aulas de apoio. Era lento, mas conseguia acompanhar a turma. No final do ano estava alfabetizado e foi para a 2ª série.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Azul, observamos que ele lê com segurança e corretamente. A professora relata que quase sempre corresponde as expectativas da série que está freqüentado, a maioria das vezes não precisa da intervenção de ninguém, pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras, é curioso. A mãe só compareceu na primeira reunião do ano, ajuda nos deveres e no estudo para avaliações marcadas com antecedência. A maior dificuldade da professora é a sala de aula lotada, impedindo um atendimento mais individual.
ANIL
Sexo masculino, 8 anos, 1ªsérie. Era um menino que estava repetindo a primeira série e foi encaminhado para o reforço em setembro. Apresentava muita insegurança, era muito comparado com o irmão e a mãe cobrava muito. Durante as conversas que tivemos com mãe dele sentimos algo estranho, parecia que escondia algum fato importante. Ele era muito caprichoso, tinha a letra muito bonita, sentia necessidade de ser elogiado o tempo todo. A sua professora da série que ele freqüentava o encaminhou para ao reforço, por sentir que ele mesmo estando repetindo pela segunda vez a 1ª série ainda não estava acompanhando a turma. No fim do ano chegamos a conclusão que ele poderia ir para a 2ª série, apresentava ainda algumas limitações. Não era criativo na construção de frases e nem na produção de texto.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Anil, observamos que ele lê pausadamente, um pouco inseguro. A professora relata que ele apesar de não demonstrar e nem desenvolver todo o seu potencial, acompanha regularmente a turma, fazendo as atividades propostas. O Anil não é muito persistente, nem determinado. Mesmo assim, rende em seus trabalhos. Dispersa com facilidade, pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras, tem auto - estima , participa ativamente das aulas às vezes demonstra passividade, conversa freqüentemente. Seus pais comparecem na escola com pouca freqüência. São ausentes, às vezes, e poderiam marcar presença ainda mais positiva.
VERMELHO
Sexo masculino, 7 anos, 1ª série. Era uma criança distraída, inquieta, chegou no apoio com muito medo de falar, e de escrever errado. Conversamos com a professora dele, ela disse que não tem jeito, ele não desenvolvia. Com uma conversa com a mãe , pude perceber que ela só criticava a professora, dizendo que ela não sabia ensinar, e não gostava dela,. Com isso, pudemos perceber que a dificuldade de aprendizagem dele, envolvia a relação entre a mãe e a professora. Ainda assim, a mãe e a irmã dele faziam as tarefas por ele. Apesar de apresentar progresso, tinha muita dificuldade de fazer as atividades propostas, e não estava totalmente alfabetizado. A professora da série que ele freqüentava achou melhor que ele permanecesse na 1ª série, mesmo sendo pressionada pela mãe.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Vermelho, observamos que ele lê com nasal , solicitamos que a mãe fizesse exames com ele e foi constatado adenóide e rinite alérgica. A professora relata que sempre ele corresponde as expectativas da série que está freqüentado, mas apresenta às vezes atitudes agressivas com os amigos. Pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, nem sempre respeita regras. Sua mãe está sempre em contato com a professora o que facilitou muito na sua aprendizagem. A maior dificuldade da professora é a sala de aula lotada, impedindo um atendimento mais individual. Para a professora o apoio vem fazendo com que ele tenha progresso no seu desenvolvimento. Já não apresenta necessidade de freqüentar as de apoio.
LARANJA
Sexo feminino, 7 anos, 1ª série. Era uma criança que apresentava bastante dificuldades de concentração, e não tinha apoio da família. Se preocupava mais em copiar da amiga que fazer sozinha. Começou no apoio pedagógico no final de maio, ela se encontrava na fase pré -silábica, era assídua. Seu desenvolvimento no decorrer do ano, foi bastante gradativo, levando-a a se alfabetizar, garantindo sua ida para a segunda série.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Laranja, observamos que ela lê corretamente. A professora relata que sempre ela corresponde as expectativas da série que está freqüentado. Pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras. Seus pais comparecem na escola quando são solicitados, ajudam nas tarefas de casa, nos estudos diários. Para a professora o apoio vem fazendo com que ela tenha progresso no seu desenvolvimento.
AMARELO
Sexo feminino, 7 anos, 1ª série. Era uma criança muito carinhosa, iniciou no reforço no final de maio, e permaneceu até o final do ano, teve um grande desempenho em geral. Esforçou-se muito, era uma menina caprichosa, encontrava-se na fase silábica. Tinha dificuldade na disciplina de matemática. E seus pais nunca compareceram para conversar, mas ela sempre compareceu ao apoio permitindo que ela conseguisse desenvolver o suficiente para passar de ano.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Amarelo, observamos que ela lê corretamente, é empenhada, e executa os trabalhos com número satisfatório de acertos. Domina os conhecimentos necessários para acompanhar a classe. A professora relata que sempre ela corresponde as expectativas da série que está freqüentado. Amarelo procura desafiar-se e busca ajuda ao perceber dificuldades, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras. Seus pais comparecem na escola quando são solicitados, ajudam nas tarefas de casa, nos estudos diários. Para a professora o apoio vem fazendo com que ela tenha progresso no seu desenvolvimento.
4.2 A ORGANIZAÇÃO E OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO NO APOIO PEDAGÓGICO.
Para realização do nosso estágio a supervisora mestra Claudete Bonfanti, foi muito prestativa. Procurou nos apoiar em tudo, principalmente na organização da sala, onde fizemos o atendimento aos alunos enviados pelos professores.
O apoio que recebemos da Escola de Educação Básica Francisco de Araújo Brusque foi fundamental para a execução do nosso projeto, assim como a aceitação e aprovação dos professores, todos contribuindo para que os alunos recebessem a ajuda necessária para recuperar a deficiência na aprendizagem. Desde o momento que escolhemos trabalhar com as dificuldades de aprendizagem através do Apoio Pedagógico, tínhamos a consciência da complexidade que envolvia o tema e que não encontraríamos soluções mágicas ou receitas prontas. Nosso objetivo era observar as crianças, consideradas como portadoras de dificuldades de aprendizagem e o seu relacionamento com os pais, professores e colegas. Queríamos ajudá-los a confiar na sua capacidade para que não fossem mais tarde rotulados como aluno problema.
Após a apresentação e os preparativos para iniciarmos o nosso estágio entregamos um questionário aos professores, onde responderam como identificavam uma criança com dificuldade de aprendizagem. Este questionário teve por objetivo analisar o conceito sobre dificuldade de aprendizagem, a partir das respostas que giravam em torno do rendimento da criança na sala de aula e a comparação que faziam com os demais.
Nos questionários as professoras relataram que geralmente estas crianças apresentavam características descritas como sendo: tímidas, bravas, explosivas, inquietas. Para elas o Apoio Pedagógico foi ao encontro ao aluno que precisa realmente apenas de um reforço, de uma atenção direcionada. Segundo o depoimento das professoras V.S., C.F. e S.O. o reforço oferecido para as crianças contribuiu gradativamente no processo ensino- aprendizagem, levando-as a integrar-se no contexto escolar. As dificuldades de aprendizagem, muitas vezes, estão relacionadas a fatores: familiar, cultural, emocional, econômico, escolar e na formação profissional. Os dados obtidos nessa pesquisa contribuíram para analisarmos as diferentes formas de relacionamento entre professor/aluno.
Este trabalho aconteceu com o atendimento extra classe e individualizado de um grupo de alunos matriculados na 1ª série (2002), que permaneciam no apoio pedagógico, durante três horas semanais. O tempo que a criança permanecia no apoio era de acordo com a necessidade individual, sendo que, após ser liberado só voltava caso apresentasse dificuldades novamente.
Para dar inicio a nossa intervenção junto às crianças, usamos a escrita espontânea com o intuito de observar as suas dificuldades. Nas primeiras atividades não intervirmos , só analisamos as atividades após sua execução para então decidirmos como seria a nossa intervenção. Foi no momento em que buscamos identificar o vínculo a criança com a linguagem, como expressão de sentimentos, expectativas, opiniões e, ainda, como um instrumento de forma significativa de interação social.
Durante o nosso estágio atendemos várias crianças, dentre as quais muitas permaneceram pouco tempo. Utilizamos em nossa pesquisa coletas de dados dos alunos, e dos professores através de entrevistas dialógicas, e escritas, observações diretas e análise de materiais produzidos por eles. Nossa intervenção foi através de atividades diversas: jogos, material dourado, cruzadinha, textos, tangran, desenhos, literatura infantil, utilizando também alguns recursos tecnológicos como fotocópia, retroprojetor e computador.
Após termos trabalhado com as crianças e nos aprofundado teoricamente no tema, apresentamos um outro questionário, a fim de analisarmos as reais contribuições do projeto para os alunos, professores e escola.
Segundo BICUDO (1999, p.145) a educação deve ser capaz de garantir que todos os seus alunos aprendam mais de forma que se caminhem na conquista da autonomia dada pelo aprender a aprender, portanto são necessários o exercício profissional e as formações específicas, pedagógicas e metodológicas para o desenvolvimento deste trabalho. Para esta educação é necessário que se forme um educador que, além de pensar os alunos como futuros cidadãos, pensem os alunos como cidadãos hoje, e considere-os na sua diversidade.
Os resultados deste projeto revelaram que, para minimizar a “problematização“ Dificuldade de Aprendizagem, é necessário concentrar esforços no sentido de fazer emergir o ser aprendente, vinculando seus sentimentos, sua auto estima, dando atenção especial a dinâmica das relações interpessoais, resgatando a participação e a contribuição da família.
O foco central deste projeto foi perceber a importância das pessoas envolvidas com os alunos com dificuldades de aprendizagem, como podem contribuir de maneira significativa compreendendo este processo como uma ação de relações diversas, construídas a partir da relação professor - aluno, escola e família. É preciso persistir na busca de subsídios e estímulos que ampliem o conhecimento destes alunos, pois este processo é inacabável e inesgotável.
4.3 A PRÁTICA DOCENTE NO APOIO PEDAGÓGICO
Segundo os professores participantes da pesquisa, o Apoio Pedagógico é muito importante para o aluno com dificuldade de aprendizagem e que não recebe ajuda em casa, o que permite a possibilidade de ser atendido individualmente, procurando identificar a origem, a causa da própria dificuldade e buscando as soluções que melhor se adaptem a cada caso. Para eles o Apoio Pedagógico tem uma atuação positiva, pois permite recuperar o aluno apenas com ajuda extra-classe oferecido pela escola, sem a necessidade de colocá-lo numa sala de aula especial e rotulá-lo como aluno problema. Muitas vezes esse tipo de intervenção pode evitar a repetência e a evasão escolar que gera não apenas alunos fracassados, mas profissionais e cidadãos.
O Apoio Pedagógico vem ao encontro do aluno que precisa realmente apenas de um reforço, de uma atenção direcionada. Visto que os resultados na maioria dos casos são positivos, esse tipo de projeto deveria ser uma proposta integrada ao currículo escolar. Segundo BICUDO (1999, p. 146) deve-se propor capacitar o professor para participar de forma efetiva da elaboração, e implementação, e avaliação de projetos pedagógicos da unidade escolar das quais atuam, como uma condição para o exercício profissional consciente e comprometido com o processo de ensino, até como uma possibilidade de superar nossa prática pedagógica, de ficarmos voltados apenas para as dificuldades dos alunos e não para suas reais possibilidades.
Para os professores, pais e escola, o apoio pedagógico vem ao encontro de suas angustias e contribuiu no processo de ensino aprendizagem junto aos alunos, numa perspectiva de resgatar a sua auto-estima e, consequentemente, ampliar seus conhecimentos. Segundo a mãe de Laranja o projeto foi tão bom que a criança voltou a ter interesse em freqüentar a escola, e aumentou seu rendimento escolar.
Não foram somente os alunos que saíram ganhando com este projeto, mas nós como profissionais da educação crescemos muito na relação interpessoal com nossos, na compreensão e, acima de tudo, em acreditar no aluno e apostar tudo nele.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final desse projeto, observamos que nosso objetivo foi atingido, pois pudemos analisar a importância que o apoio pedagógico teve para a escola, para os alunos, professores e principalmente para nós estagiárias que estivemos envolvidas com todo esse grupo no decorrer do projeto.
Acreditamos que um dos fatores fundamentais para compreender as dificuldades do aluno foi buscar subsídios teóricos que nos dessem sustentação ao nosso trabalho e refletir sobre que tipo de relações que há entre professor e aluno, escola e família.
Percebemos que é importante a escola proporcionar um conjunto de práticas planejadas, com o propósito de facilitar a apropriação do conhecimento científico, desenvolvendo uma proposta pedagógica voltada para o aluno. É necessário que a escola se organize como um grupo democrático, dialógico e participativo, em que cada segmento da escola como pai, professor e aluno possa se manifestar e ser ouvido. É preciso que o professor conheça e compreenda as dificuldades e prioridades da comunidade escolar.
Durante os trabalhos desenvolvidos no apoio pedagógico, vivenciamos uma relação de ajuda entre a administração escolar, professores, pais e alunos envolvidos no nosso projeto, facilitando assim para que alcançássemos o objetivo proposto no início do estágio.
Foi muito gratificante trabalhar esse tema, porque constatamos a importância que o apoio pedagógico tem para os alunos com alguma dificuldade em aprender, impedindo assim o desinteresse pela escola e de certo modo que ele seja rotulado como aluno. “... na dificuldade de aprendizagem é necessário concentrar esforços no sentido de fazer emergir o ser aprendente, vinculando seus sentimentos, sua auto estima ressignificando o papel do professor, levando o aluno ao poder saber fazer”. (SOPELSA, 1998, p.11).
Um dos fatores fundamentais foi quando os professores se manifestaram a favor do apoio pedagógico, ao mencionar a sua importância no contexto escolar. Para eles o apoio pedagógico deveria fazer parte do projeto político pedagógico da escola, e ser direcionado por pessoas capacitadas.
Nessa relação de aprender-ensinando ou, talvez, ensinar-aprendendo, percebemos que não foi esgotada a pesquisa sobre o tema. Tem muito ainda para ser investigado, e refletido sobre a realidade existente em cada unidade escolar, para que possa superar as suas limitações do currículo escolar, envolvendo todas as relações que compõem as instituição de ensino, tais como: o professor, seus princípios teóricos, sua metodologia, a relação professor aluno, escola e família, integrando o ensino a comunidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas. 1998.
BARRETO, Sidirley de Jesus. Educação e reeducação. Blumenau: Odorizzi,1998.
BICUDO, Maria Aparecida Viggiani; SILVA JUNIOR, Celestino Alves. Formação do educador: avaliação educacional - Formação inicial e contínua. v.2.São Paulo: UNESP,1999.
____ . Formação do educador: avaliação institucional – Ensino e Aprendizagem. v.4. São Paulo: UNESP,1999.
CARVALHO, Vânia Brina Corrêa Lima de. Desenvolvimento Humano e Psicologia. Belo Horizonte: UFMG, 1996.
DROUET, Ruth Caribé da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo: Ática, 1995.
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre a alfabetização. São Paulo: Cortez : Autores Associados, 1992.
FERNÁNDEZ, Alícia. A inteligência Aprisionada. Porto Alegre:Artmed, 1991.
FREITAS, Maria Tereza A. O pensamento de Vygotsky e Bakhtin. 2. Ed. Campinas: Papirus, 1994.
HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na sociologia. 6.ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade, 2000.
____ . Avaliação na pré escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 2001.
____ . Avaliar para promover: as metas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2002.
LIMA, Elvira Souza. Avaliação na Escola. São Paulo: Sobradinho, 2003.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky – Aprendizado e Desenvolvimento – Um processo Sócio- Histórico. 2. ed. São Paulo: Spicione, 1995.
OLIVEIRA, Zilma de Morais. Et alli. De onde partir ? In: Crianças, faz de conta & Cia. 5.ed. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 63 – 74.
PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento & Aprendizagem em Piaget e Vygotsky: a relevância social. São Paulo: Plexus, 1994.
SOPELSA, Ortenila. Dificuldades de Aprendizagem: Resposta em um Atelier Pedagógico? v.5. Porto Alegre: Edipucrs, 1998.
VAN KOLCK, Odete Lourenço. Testes projetos gráficos no diagnóstico psicológico. São Paulo: EPU, 1984.
ANEXOS
1. INTRODUÇÃO
Esse projeto foi desenvolvido na Escola de Educação Básica Francisco de Araújo Brusque, tendo como objetivo analisar as diferentes formas de relacionamento entre aluno e professor identificando teórica e praticamente as questões pertinentes ao tema “a contribuição do apoio pedagógico no contexto escolar”.
Fomos a campo com o objetivo de observar e analisar esses alunos para elencar referenciais, avaliando as reais contribuições do projeto para os alunos, professores e escola. Reunimos todos os alunos que trabalhamos no ano de 2002, numa das salas do colégio e aplicamos atividades diversificadas.
Apoio Pedagógico é um trabalho extraclasse que auxilia o professor, e tem como objetivo a sustentação do trabalho de sala de aula. Esse trabalho vem proporcionando à criança condições de elevar sua auto-estima, pois é atribuída a ela uma dedicação exclusiva à sua aprendizagem, de acordo com sua dificuldade, dando assim base ao seu desenvolvimento. SOPELSA (1998) em seu livro encerra suas reflexões em busca da valorização do aluno em que gostaria de enfatizar, novamente, a importância do professor para ele, seja em sua educação, em sua relação com a vida e em sua visão com o mundo.
Nossa preocupação foi ressaltar o papel da escola no desenvolvimento cognitivo da criança, bem como sua contribuição no processo evolutivo da escrita e leitura do aluno.
No atual contexto desta escola, nos perguntamos o porquê das dificuldades encontradas pelas crianças durante o processo aprendizagem. Esta preocupação é algo que nos afronta e nos persegue no cotidiano. Diante dessa premissa um aumento com relação ao ensino aprendizagem a cada ano que passa. Tal preocupação leva-nos ao questionamento acerca da problematização, se ela está: no âmbito familiar; na falta de afetividade; nas diferenças culturais e econômicas; na falta de formação de professores; na instituição escolar.
Nesta perspectiva e na condição de acadêmicas do curso de Pedagogia do Centro Universitário de Brusque, percebemos a importância de ter participado e de certo modo, desmistificado uma parcela destas indagações. Pesquisamos na forma de um projeto que desenvolveu o tema “a contribuição do apoio pedagógico no contexto escolar”, trazendo contribuições no relacionamento professor-aluno e viabilizando respostas aos seguintes questionamentos: Como trabalhar as dificuldades de aprendizagem na prática pedagógica? Qual a contribuição que o apoio pedagógico pode oferecer ao processo da construção do conhecimento?
Iniciamos o nosso trabalho baseado na teoria de Vygotsky, onde partimos do conhecimento que o aluno trazia da sala de aula. Segundo BARRETO (1998), o professor deve atuar na zona de desenvolvimento proximal, levando o aluno a ampliar o seu desenvolvimento. O nosso grande desafio foi o de propor atividades que nos possibilitassem intervir na zona de desenvolvimento proximal do aluno. Diante disto, acreditamos que as crianças seriam capazes de superar suas dificuldades. Com muito esforço tanto por nossa parte, quanto deles, conseguimos desenvolver algumas atividades que marcaram o ponto de partida da nossa investigação.
A pesquisa de cunho qualitativo, segundo Barbier (1985, apud HAGUETTE, 1999, p.111) “A pesquisa-ação de Lewin pode ser definida como uma pesquisa psicológica de campo, que tem por objetivo uma mudança de ordem psicossocial”. “Tem por finalidade contribuir simultaneamente para o alívio das preocupações de ordem prática das pessoas que estão em situação problemática, e para o desenvolvimento das ciências sociais através de colaboração que as reúne de acordo com um esquema ético mutuamente aceitável”.
Na nossa pesquisa, atendemos quatro crianças da 1ª série. Esta delimitação tornou-se necessária devido a restrição de espaço, bem como, para facilitar um atendimento mais individualizado. Os alunos que freqüentavam a escola no período matutino, participavam da oficina a tarde e vice- versa.
A opção por matemática e português, justifica-se enquanto disciplinas que abrangem a lógica e a interpretação, necessárias para às demais áreas do conhecimento.
Procuramos dar continuidade ao trabalho feito em sala de aula, desenvolvemos nossa pesquisa através de: Instrumentos de coleta de dados, questionários, observações, planos de ações, seguindo o roteiro de conteúdos de matemática e língua portuguesa, trabalhada pela professora em sala de aula, podendo variar de acordo com as necessidades específicas e de recuperação.
A oficina do apoio pedagógico funcionou nas terças-feiras no período matutino e vespertino . Teve duração de duas horas, sendo direcionado às dificuldades específicas e individuais.
Essa relação professor-aluno traduz o papel da mediação do professor no desenvolvimento ensino aprendizagem, para que sua contribuição seja efetiva. Nosso objetivo principal foi analisar a contribuição do Apoio Pedagógico no Contexto Escolar.
Esse trabalho se compõe de fundamentação teórica em que pudemos trabalhar os conceitos de aprendizagem e suas dificuldades no processo educativo no ensino fundamental. Na seqüência de nosso trabalho apresentamos os planos de ação e relatórios que consistem na metodologia utilizada na intervenção com os alunos detalhando as atividades realizadas na oficina do Apoio Pedagógico. Por fim, na análise de dados apresentamos a síntese de nosso trabalho realizado em que buscamos interligar os dados teóricos aos práticos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM
Apesar de todas as propostas de ensino inovadoras, ainda as escolas não abandonaram muitos dos princípios e meios do ensino tradicional, consagrados ao longo da história.
Em 1998, SOPELSA realizou uma palestra referente ao processo de ensino aprendizagem, no Anfiteatro da FEBE, na Semana da Educação. Nos apaixonamos por este tema, e como uma de nós já havia lecionado com alunos entre idade de 9 a 16 anos, da 4ª série do ensino fundamental, alguns deles eram apontados pela escola como portadores de dificuldade de aprendizagem. Destaca-se que na referida sala havia dificuldade de trabalhar. E com o depoimento de Ortenila Sopelsa em seu livro que começamos a buscar leituras, refletir e escrever sobre o tema.
SOPELSA (1998) descreve as relações da criança com aprendizagem escolar, provando que, apesar das diferenças, todos podem aprender ou melhor, o aprendizado só se concretiza porque as diferenças são respeitadas.
Durante a sua trajetória de trabalho com as dificuldades de aprendizagem, SOPELSA (1998) percebeu que o coletivo trazia resultados significativos. Sentia nos professores dificuldades em trabalhar com os alunos que fugiam do modelo ou padrão, ou seja alunos inquietos, distraídos, indisciplinados e alunos com raciocínio mais lento. Começou a questionar-se de como fazer para encontrar um caminho que atingisse todos os alunos em sala de aula.
Resolveu vivenciar, em uma experiência pedagógica, ao lado de alunos que apresentavam dificuldades na escola. Percebeu, durante sua investigação, que só conseguia ensinar à medida que sentia aprendendo com os alunos, Nesta relação de aprender- ensinando ou, talvez, ensinar – aprendendo, foram crescendo juntos, inventando e reinventando novas caminhadas, construindo e reconstruindo as história de vida.
Para tanto o nosso projeto visa analisar através de leituras e do trabalho realizado com apoio pedagógico o foco das dificuldades de aprendizagem dos alunos. Apesar de tantas dificuldades precisa - se levar em consideração não somente o contexto social e cultural da criança, que são de extrema importância, mas também seu contexto físico (estilo de vida, rotinas diária, diferença de padrões de cultura, qualidade de vida ambiental, espaços , etc.), ou seja o ambiente ao qual esta criança está inserida e se desenvolve.
O papel da família no desenvolvimento da criança é muito importante com estímulos cognitivos e principalmente afetivo, sempre vendo a criança como única, não comparando com outro filho ou com outra criança, porque cada uma tem o seu desenvolvimento diferenciado.
E a escola está ligada como à instrução formal com suas práticas escolares, e muitas vezes ignorando sistematicamente as práticas sociais mais amplas para as quais a leitura e escrituras são necessárias, e nas quais serão efetivamente colocadas em uso. O papel da escola além de ensinar, é tornar significativo o conteúdo, focalizando os aspectos sócio-histórico diferenciando o uso de instrumentos mediadores.
Nunca o conhecimento e a aprendizagem foram tão valorizados como atualmente. Esta é uma clara indicação que está havendo reflexões pertinentes relativas às abordagens do processo ensino - aprendizagem.
A idéia de que a aprendizagem é uma atividade contínua, inicia-se nos primeiros minutos da vida e estende-se ao longo dela.
Nesta perspectiva PALANGANA (1994) enfatiza que para Vygotsky a aprendizagem está presente desde o início da vida da criança. Essa trajetória do desenvolvimento humano se dá, através da internalização de processos interpsicológicos. As crianças têm a capacidade de imitação intelectual consciente, determinando que a aprendizagem evoque e promova seu desenvolvimento cognitivo e emocional, ao atuar sobre a Zona do Desenvolvimento Proximal. Zona do Desenvolvimento Proximal é a distância entre o Desenvolvimento Real, aquilo que a criança consegue executar sozinha e o Desenvolvimento Potencial, aquilo que a criança consegue realizar com a ajuda de um adulto ou de uma outra criança mais experiente.
Diante desse conceito de Desenvolvimento Proximal, o professor conhecendo o Desenvolvimento Real da criança, deve atuar auxiliando diretamente, com explicações, pistas e sugestões, fazendo o aluno a avançar, consolidar o desenvolvimento que era apenas potencial.
Nessa perspectiva, a educação não fica a espera do desenvolvimento intelectual da criança, ao contrário, sua função é propiciar que o aluno vá adiante, pois quanto mais ele aprende, mais se desenvolve mentalmente.
A escola deve priorizar as interações entre os próprios alunos e dele com o professor fazendo com que os conceitos espontâneos, que as crianças desenvolvem na convivência social, evoluam para o nível dos conceitos científicos.
Diante dessa concepção a inteligência é definida como habilidade para aprender, esse processo de desenvolvimento não ocorre se não houver situação de aprendizagem que o provoquem.
Vimos que VYGOTSKY (apud BAQUERO, 1998) concorda que o sujeito é determinado pelo organismo e pelo social que estrutura sua consciência, e rompem com a teoria de inativismo ou empirismo indo além do conhecimento simplista, redutista e focalista que impede a construção de um conhecimento novo. Ele diferencia dois tipos distintos de evolução que se dá na Filogênese, linha de evolução biológica a partir do desenvolvimento da espécie. No caso do ser humano desde o homem primitivo até o homem atual. Ontogênese, linha de evolução histórica do comportamento , parte do desenvolvimento o indivíduo desde o nascimento até a sua morte. Segundo ele, o desenvolvimento cultural da criança caracteriza-se pelo fato que transcorre sob condições de mudanças dinâmicas no organismo.
Assim sendo a aprendizagem ocorre simultaneamente através do meio que o educando está inserido, permitindo avanços qualitativos, no uso de recursos para resolução de problemas frente a novas situações. “A linguagem é o sistema simbólico básico de todos os grupos humanos”. (OLIVEIRA, 1995, p 34).
A linguagem tem a função de organizar o pensamento e o comportamento do sujeito, promovendo o desenvolvimento da funções psicológicas superiores que são atenção, concentração, memória seletiva, pensamento abstrato, vivência emocional e intencionalidade da ação. Constitui- se em um artefato cultural tendo um mediador, fator primordial para que aconteça a relação aprendizagem e desenvolvimento, possibilitando a comunicação como a fala, os sinais e a escrita, ou seja interação.
A linguagem evidencia-se em todos os momentos, é mediada pela comunicação entre os adultos e as crianças. Nas diversas situações do cotidiano é importante as crianças manifestarem suas opiniões, ouvir o outro, descrever situações, recordar em fatos, dar recados, relatar acontecimentos históricos, passear, brincar; ouvir e contar fábulas, trava-línguas, adivinhações, quadrinhas, parlendas, contos; produzir e comparar escritas.
Segundo OLIVEIRA (1995) os sistemas simbólicos, e particularmente a linguagem, exercem um papel fundamental na comunicação entre os indivíduos e no estabelecimento de significados compartilhados que permitem interpretação dos objetos, eventos e situações do mundo real.
A mediação consiste na utilização de instrumentos (externos) e signos (internos) que possibilitam, via interação social, a transformação ou modificação do meio e do sujeito. Os instrumentos são tudo aquilo que o sujeito se apropria para o seu conhecimento intensamente vivido, enquanto os signos são os instrumentos mediadores que possibilitam importante salto no desenvolvimento do sujeito, é um processo extremamente sofisticado de representação da realidade.
A interação são ações partilhadas que pressupõem a troca entre sujeitos com diferentes apropriações. Exige a mobilização do sujeito (interação significativa).A apropriação é o processo de internalização das experiências do sujeito com o grupo social, numa interação dialética, possibilitando o agir em novas situações. O mecanismo de apropriação constitui a subjetividade, marcando as diferenças individuais.
Os conceitos são formulações abstratas e genéricas que nos permite lidar com o real. A elaboração conceitual é o processo psicológico desenvolvido pelos indivíduos nas interações sociais, reflete cognitivamente suas experiências (abstrações) e suas sínteses (generalizações, mediadas pela palavra e pela materialidade). Podem ser conceitos espontâneos formulados no processo de interação em momentos do cotidiano ou conceitos científicos formulados no processo de interação que necessita de pautas interacionais específicas. Os conceitos espontâneos e os científicos são interdependentes, isto é, um puxa o outro, mas se mantém independentes, não havendo uma fusão ou dissociação entre eles. No processo de formação conceitual para Vygotsky (apud BAQUERO, 1998) o pensamento abstrato atinge suas totais possibilidades quando o sujeito trabalha com conceitos reais. O conceito real passa por três estágios diferenciados; o pensamento sincrético; a formação por complexos; a formação de conceitos potenciais. Os conceitos científicos são produção histórico-cultural que estabelece relação entre si com as disciplinas do currículo, como temas multidisciplinares e com os conceitos cotidianos.
A atividade de aprendizagem ocorre a partir do desenvolvimento real do aluno e proximal, onde o professor terá que atuar. Quando os alunos apropriaram conhecimentos eles formaram conceitos.
Neste processo de formação de conceitos, a linguagem é o principal mediador, pois o uso de signos vai possibilitar avançar em complexidade. É através da mediação estabelecida durante os momentos, que o educador vai lançar mão dos conhecimentos sistematizados pelas diferentes ciências, como forma de representação, apresentação e leitura do real. São estes conhecimentos que vão indicar como o ser humano apreendeu, compreendeu, interpretou e se modificou, enquanto sujeito da história e da cultura.
Pode-se dizer que a concepção histórico – social do desenvolvimento humano evidencia a importância de compreender que o processo de elaboração do conhecimento está inter-relacionado com a emoção, a imitação e representação, o movimento, a linguagem, o outro e as interações. Compreender a criança como um sujeito histórico e culturalmente localizado significa dizer que a ação educativa com ela caminha no sentido de ampliar seu repertório vivencial, trabalhando com suas práticas sociais e culturais.
“O brinquedo parece estar caracterizado em Vygotsky como uma das maneiras da criança participar na cultura, é sua atividade cultural típica, como o será em seguida, quando adulto, o trabalho”. (BAQUERO, 1998, p. 101).
Compreender a brincadeira como mais um eixo organizador do trabalho é de fundamental importância, pois é através dela que se estabelece o vínculo ou o elo entre o imaginário. A criança organiza o seu pensamento através de vivências simbólicas, elaborando o seu real, trabalhando a imaginação e construindo a realidade através da fantasia. A brincadeira é uma atividade humana e social, produzida a partir de seus elementos culturais. Quando trabalhamos na construção de diferentes materiais como o fantoche, máscaras, marionetes, entre outros, até a sua utilização em dramatizações, teatro e outros, a criança trabalha com imitação e a representação, desenvolvendo sua autonomia e formulando regras de convívio em grupo. Ela se desenvolve através de atividades lúdicas, o que é um fator determinante na sua evolução.
O educador deverá organizar a sua ação, estar sempre atento às brincadeiras, interagindo e oferecendo novos elementos no contexto. A observação, o planejamento e a avaliação são alguns instrumentos que o educador deve utilizar-se neste trabalho.
Segundo BAQUERO (1998) a concepção histórico- cultural, traz consigo a consciência da responsabilidade ética da escola com a aprendizagem de todos, uma vez que ela é interlocutora privilegiada nas interações sociais dos alunos. Sendo ativa, estratégica, consciente, automotivada e reflexiva. Nas salas de aula devem se criar diferentes caminhos, velocidades diferentes, potenciar a diversidade de competência , interesses, concepção de conhecimento compartilhado, visto que as atividades dialógicas são interiorizadas e incorporadas aos processos de reflexão dos membros da comunidade. Uma ação educativa que permite aos alunos dar saltos na aprendizagem e no desenvolvimento.
Que para entender melhor o ensino – aprendizagem é importante resgatar as abordagens pedagógicas ao longo do processo da educação. Faremos um resgate histórico mostrando as várias visões que vieram sendo concebidas, a partir do quadro abaixo:
Abordagens Tradicional Comportamental Humanista Cognitivista Sócio Cultural
Principais
Conceitos Memorização
Instrução
Quantitativo
Controlar
Condicionar
Reforçar
Modelar Facilitador da aprendizagem
Aprender a aprender Assimilação, inteligência, acomodação Poder, sistema
Apropriação, conscientização,
Superação, classes sociais
Aprendizagem Apropriação
de conhecimento, por meio da transmissão de conteúdos Assimilar conteúdos Comportamentos éticos, prática sociais.
Habilidades básicas
Ampliar percepções Assimilar conteúdos de forma significativa Apropriar-se dos conhecimentos que são historicamente construídos
Professor Quem detém o conteúdo e o poder de decisão Responsável pelo arranjo de contingências Facilitador da aprendizagem Cria situações
de aprendizagem que provoca desequilíbrio Favorecer a relação do grupo.
Propiciar situação de aprendizagem, junto com o aluno, questionar a realidade
Aluno Quem não conhece; passivo Assimila conteúdo;
Moldado Ativo, auto motivado, responsável pelo processo de aprendizagem Ativo; observador, pesquisador,
Criador Sujeito ativo do processo histórico social
Avaliação Visa exatidão e reprodução de conteúdos Constata se o aluno aprendeu os conteúdos Auto avaliação Qualitativa É da prática educativa e não de um pedaço dela
Ensino /
Metodologia Mecânico, os conteúdos são transmitidos e reproduzidos A dimensão técnica, mensurável e controlável Clima facilitador, dá abertura a novas percepções Conhecimento
É considerado como uma construção contínua Favorecer a compreensão da realidade, desenvolver a consciência crítica, visando a superação da relação opressor/oprimido
Fonte: MIZUKAMI (1986)
Segundo DROUET (1995, p. 8) a aprendizagem é gradual, pois vamos aprendendo pouco a pouco, durante toda a nossa vida. É um processo constante contínuo e cada indivíduo tem seu ritmo próprio de aprendizagem (ritmo biológico) que aliado ao seu esquema próprio de ação, irá constituir sua individualidade.
As diferenças individuais que existem em cada criança levam algumas a serem mais lentas na aprendizagem, enquanto outras aprendem mais rápido. Aprendizagem é, portanto um processo pessoal, de cada indivíduo, isto é, tem fundo genético e depende de vários fatores. Sendo esses fatores os esquemas de ação do indivíduo, o estágio de maturação de seu sistema nervoso, o seu tipo psicológico constitucional (introvertido ou extrovertido), o seu grau de envolvimento, seu esforço e interesse.
Aprendemos por nós mesmos, não podemos aprender pelos outros. As novas aprendizagem do indivíduo dependem de suas experiências anteriores. Assim, as primeiras aprendizagem servem de pré-requisitos para as subseqüentes. Por esse motivo, dizemos que a aprendizagem é um processo cumulativo, ou seja cada etapa integra-se ao repertório de conhecimento e de experiências que o indivíduo já possui, indo constituir-se sua bagagem cultural.
Este processo de acumulação de conhecimento não é estático. Cada nova aprendizagem a criança reorganiza suas idéias, estabelecendo relações entre as anteriores e as novas, colocando seus sentimentos nesse julgamento.
Ainda de acordo com DROUET (1995, p. 9) “Existem pelo menos sete fatores fundamentais para que a aprendizagem se efetive, seja qual for a teoria de aprendizagem considerada. Os sete fatores são, a saúde física e mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência, concentração ou atenção, memória”.
A criança deve apresentar bom estado físico geral para que seja capaz de aprender. Alguns problemas na área física que poderá prejudicar a aprendizagem como: febre, dores de cabeça, deficiência de visão, de audição, disritmias (as chamadas ausências ).
Para BARRETO (1998, p11) a atuação com atividades psicomotora atua de maneira preventiva, evitando dificuldades tão comuns a alfabetização, tais como má concentração, confusão de letras, e de sílabas, confusão no reconhecimento das palavras, no todo ou em sua divisão silábica durante a leitura, escrita espelhada, letra legível, dificuldade de passagem de plano vertical para horizontal.
A criança tem que ser criança, permitindo assim que ela se “mostre” dentro de suas possibilidades, confiando assim seu potencial e mantendo-se curiosa e imaginativa.
Conforme os valores que a criança traz de casa, adquirido no seu cotidiano, mais aquelas habilidades , conhecimentos, experiências e noções dão a ela vantagens .
Diante da fala de DROUET (1995, p.11) podemos perceber que a maturação e a aprendizagem são processos diferentes, porem intimamente ligados, pois a maturação cria condições para que as aprendizagens ocorram.
O desenvolvimento afetivo, o desenvolvimento motor e o desenvolvimento intelectual encontram-se no ser humano de forma indissociável. Por ser o movimento uma forma de conduta global, deve ser amplamente explorado por meio das percepções visuais, táteis, auditivas, sinestésicas. Assim permitimos ao educando perceber, conhecer, analisar, vivenciar, meditar, resolver, elaborar, comparar e através da ação, formar seus conceitos.
A seqüência que a criança faz quando bebê de sentar, arrastar-se, engatinhar e andar é um exemplo do processo de maturação biológica, que vai ajudar no desenvolvimento na aprendizagem.
Sendo assim, devemos continuar proporcionando as crianças a possibilidade de conhecer seu próprio corpo com atividades que a ajude a continuar a se desenvolver como : rolar, sentar, engatinhar, andar, correr, dançar, pois através de músicas, pois ao se movimentarem com o som da música a criança descobre o prazer de seu corpo se deslocando no espaço, liberando assim suas tensões.
Da mesma forma, podemos melhorar a coordenação estimulando os seguintes aspectos: percepção, auto identificação, localização do corpo, força, muscular, equilíbrio e ritmo, organização do corpo no espaço, habilidade para reações rápidas de destreza e agilidade, discriminação, sentido de direção, lateralidade, orientação no tempo, acuidade auditiva, decodificação auditiva, associação audioverbal, memória auditiva, acuidade visual, discriminação visual, interpretação visual, coordenação e acompanhamento visuais, discriminação visual de formas de diferenciação visual de figura de fundo, memória visomotora, coordenação muscular visomotora fina, manipulação visomotora de forma e espaço, percepção gustativas e olfativas.
Além da área psicomotora devemos enfocar o desenvolvimento da linguagem como: fluência na comunicação e articulação das palavras, conceito de números, classificação e seriação, informação geral, compreensão, aceitação social, respeitar antecipatórias, julgamentos de valor, maturidade social, criatividade e invenção.
Para DROUET (1995, p.11) é necessário que a criança tenha condições de assimilar e compreender as informações que recebe, de raciocinar com lógica as várias problemáticas apresentadas.
Sabe-se que a criança tem dificuldade de permanecer muito tempo prestando atenção a esse fator da concentração que interfere na aprendizagem, deve-se desenvolver essa habilidade nela para que tenha maior facilidade para aprender.
A memória é um fator importante no processo de ensino aprendizagem. O indivíduo muito ansioso, o preocupado, não consegue fixar sua atenção no que está sendo ensinado, consequentemente não memoriza a informação e não aprende. A memória evolui com o desenvolvimento das funções intelectuais.
DROUET (1995), contribui com um texto de apoio que explica a importância do sistema nervoso e dos processos neurológicos para o ensino e a aprendizagem. Explica que o sistema nervoso só entra em funcionamento quando suas estruturas, especialmente os nervos e os centros nervosos, chegam a uma determinada fase de maturação.
A maturação do sistema nervoso é tanto melhor, quando mais aminoácidos e vitaminas B, a criança recebe na alimentação em seus primeiros anos de vida. Os nervos e os centros nervosos funcionam naturalmente com a experiência e não com o ensino e a aprendizagem. Em seus primeiros anos de vida, a criança só aprende e memoriza com a prática, usando os seus sistemas sensoriais. Os centros nervosos da aprendizagem e da memória não se comunicam diretamente com o meio exterior, mas sim, indiretamente, através dos sentidos. Qualquer distúrbio ou interrupção tanto no cérebro, no cerebelo, na medula nervosa e nos nervos, prejudica a transmissão dos estímulos e, portanto, a aprendizagem.
Percebe-se, então, que o sistema nervoso é de extrema importância para a vida humana e que de seu bom funcionamento dependerão as múltiplas aprendizagem que vamos acumulando durante toda a nossa existência.
Uma avaliação diagnóstica consiste em perceber as necessidades à aprendizagem. O primeiro mês de aula, conhecido como período preparatório, deve-se reservado para essas atividades de avaliação. Assim com essas informações o professor terá condição de planejar e dar início a uma boa proposta de trabalho, dando assim a possibilidade de analisar a aprendizagem de seus alunos. Se o professor detectar dificuldades de através das observações, deverá registrar e pedir ajuda a um especialista adequado para cada caso, para que tenha condições de fazer um trabalho de maneira que leve a superação das dificuldades.
Hoje sabemos que aprender a ler e a escrever requer mais do que meras aptidões perspectivas ou motoras. Para FERREIRO (1992) a criança precisa entender a natureza da representação da alfabética. Para essa compreensão ela necessita passar por um processo evolutivo, o que vai desde o rabisco, garatuja ou escrita com desenhos até o momento em que descobre que o momento em que descobre que as letras representam aspectos sonoros da palavra. Ela passa finalmente de uma fase inicial silábica para finalmente entender a representação alfabética. Na fase inicial desse desenvolvimento o significado é o aspecto que importa da palavra e só gradualmente ela vai percebendo que esta tem características sonoras que não depende do seu significado.
A aprendizagem é um processo contínuo, onde a criança além de uma linguagem interior já adquirida para chegar a escrita é a leitura é necessário uma noção conjunta das seguintes aptidões, discriminação auditiva, composição e decodificação dos sons, discriminação visual, organização e orientação os elementos no espaço, seqüência temporal, coordenação dos movimentos finos, conhecimento e controle do próprio corpo, noção de lateralidade, vocabulário, capacidade de concentração, tendência a inversão, os elementos necessários à aprendizagem aritmética. Além dessas aptidões é importante lembrar que cada criança tem seu ritmo próprio, portanto nem todas chegam ao mesmo grau de maturidade ao mesmo tempo. Um outro fator que traz problemas dentro do processo de ensino aprendizagem são os distúrbios na fala, na audição, o emocional, o comportamento, entre outros constituem em obstáculos na aprendizagem, prejudicando-a ou mesmo impedindo. Portanto, o professor deve ficar atento, observando o comportamento de seus alunos, registrando o maior número possível de dados sobre eles. Diante de qualquer anomalia em seu desempenho escolar, explicar aos pais o que observou e encaminhar ao especialista adequado. É muito importante não rotular o aluno.
BARRETO (1998) explica algumas anomalias que pode ocorrer com a criança. Uma criança hiperativa por exemplo possui dificuldade em fixar a atenção apresentando necessidade de remexer-se, às vezes fala excessivamente, pode ter maneirismo desagradáveis, é inquieta, bate nas outras crianças, provoca freqüentemente vários tipos de discussão e conflitos, tem dificuldades em controlar suas necessidades, é impulsiva, geralmente tem uma coordenação ou controle muscular pobre, é geralmente desajeitada, deixa cair as coisas, quebra coisas, e vem aumentando a queixa maior dos professores é que vem aumentado o número de crianças hiperativas.
A dislexia é um distúrbio na leitura e na escrita, incapacidade de aprender a ler, troca de fonemas. A criança lê silabando e não consegue entender o que leu. Alguns erros mais comuns que a criança disléxica costuma cometer, tanto na escrita como na leitura são a confusão de letras simétricas q e p, n e u ( esperda em lugar de esquerda), confusão de letras auditivamente semelhantes t e d, p e b ( dadu para tatu), inversão de ordem de sílabas, omissão de letras (giado para guiado), adição de letras e sílabas na palavra ( fiaque para fique).
A disortografia costuma ser o resultado de uma disléxia, mas pode existir também entre crianças que não apresentam distúrbios manifestos da leitura, a não ser uma dificuldade logo compensada. Normalmente, a criança com disortografia erra ao transpor da leitura para a escrita. Na disgrafia em geral, há falta de equilibração do tônus do braço ou punho. Já a dislogias é uma perturbação do pensamento, que se subdivide em alogias congênitas ou adquiridas e, em inibições ou funcionais. Existe alteração verbal em virtude de distúrbio psicológico. Dançar e , em seguida, fazer colagem, dando ordem lógica através de uma história contada ou escrita é um excelente exercício para o dislógico.
A dislalia são perturbações da articulação e impossibilidade de emitir conscientemente uma palavra por outra. Os exercícios oro – faciais tipo brinquedo cantando e trava-língua são excelentes para essas crianças.
Na discalculia o cálculo é uma espécie de ginástica mental que requer atenção, concentração, relaxamento. Dificuldade de calcular muitas vezes é um problema emocional ou de estruturação espacial.
A disartria é a desarmonia entre impulsos motrizes e o trabalho dos aparelhos periféricos, podem ser funcionais ou orgânicos. Em geral é a alteração na maneira de falar em decorrência de lesão no sistema nervoso central. Só há comprometimento na fala e na articulação.
Já as crianças que apresentam a disfemia um fundo emocional e o exemplo mais clássico é o da gagueira dá-se por meio de exercícios metódicos de ginástica, com aparelhos de respiração e formação e de articulação. Outro exemplo é a confusão na pronúncia e balbuciência ( espécie de linguagem infantil). Em geral, exercícios de consciência corporal e de respiração canto e relaxamento são de grande ajuda. O relaxamento diário ajuda a melhor e equilibrar comportamentos, a ajustar o tônus. O tônus tem uma grande importância no desenvolvimento da personalidade da criança.
A causa dessas desvantagens podem ser psicológica, neurológica, motriz, perceptivo ou sensorial . Segundo BARRETO (1998) não deve-se limitar a reeducar crianças psicopedagogicamente quando ela não consegue se desenvolver de maneira global, levando em conta tão somente o aspecto cognitivo e uma visão organicista ou mecanicista. Deverá dar ênfase aos jogos, ao aspecto lúdico e ter conhecimentos teóricos suficientemente para convencer os pais e diretores da importância e cientificidade destas aparentes brincadeiras. Brincadeiras que levem a obter a consciência do próprio corpo, o domínio do equilíbrio , o controle e eficiência das diversas coordenações globais e segmentares, controle da inibição voluntária e da respiração, organização do esquema corporal e orientação do espaço, correta estrutura espaço- temporal, melhores possibilidades de adaptação de mundo exterior.
O professor também pode contribuir com o fracasso escolar usando métodos e técnicas deficientes, como por exemplo; método difícil, aula monotonia, desatenção aos interesses das crianças, falta de exercícios para desenvolver as habilidades necessárias à alfabetização visomotora, atenção, métodos que não atendem as diferenças individuais, falta de preparo do professor e, técnicas de alfabetização, dificuldade em manter a disciplina da classe, desconhecimento dos recursos de ensino, e muitas outras deficiências.
Alguns dos sintomas do fracasso escolar pode desencadear as reações mais diversas, alguns alunos tornam-se apáticos, desinteressados, outros tornam-se indisciplinados, há aqueles que se tornam negativistas, sempre se apondo aos pais e professores, existem ainda aqueles que passam a apresentar uma grande instabilidade emocional, sendo ora estudioso, ora totalmente relapsos. Qualquer dessas reações podem agravar com o tempo e tanto o professor como a família muitas vezes colaboram inconscientemente para esse agravante. Isso ocorre através de notas cada vez mais baixas, fazendo críticas, comparações com outros colegas ou irmão e sendo castigado pelo insucesso. Os educadores devemos tentar compreender esses alunos e fazer o possível para não prejudicá-los. Devemos principalmente tratá-los com paciência e não esquecê-los no fundo da sala.
Há várias interpretações para existência das diferenças individuais . No seu livro ela menciona três correntes. A corrente predeterminista de psicólogos atribui à herança genética, a corrente ambientalista responsabiliza o ambiente uma influência decisiva nessa diferenças e, por fim, a corrente interacionista admite que ambas, ou seja a influência da herança genética ou o ambiente são responsáveis pelas diferenças individuais. DROUET (1995, p.187)
Conforme SOLPELSA (1998, p. 123) o erro costuma traçar na escola a fronteira entre o sucesso e o fracasso. Se cada experiência de aprendizagem for uma experiência de sucesso, o aprendiz constrói uma representação de si mesmo como alguém capaz de aprender, Se, ao contrário, cada experiência de aprendizagem for uma experiência de fracasso, o ato de aprender tenderá a se transformar em ameaça, e a ousadia necessária à aprendizagem converter-se-á em medo e bloqueio.
É necessário observar os alunos constantemente para que diante de qualquer anomalia com os mesmo a escola possa organizar -se como um grupo democrático, dialógico e participativo buscando soluções para os problemas. E também é necessário que o corpo docente conheça e compreenda as prioridades e dificuldades da comunidade escolar para apropriar – se do conhecimento científico através de uma proposta escolar voltada para a realidade do aluno.
2.2 AVALIAÇÃO ESCOLAR
A avaliação escolar é um processo contínuo que deve ocorrer nos mais diferentes momentos de trabalho. Pode ser definida a partir dos objetivos traçados e os instrumentos utilizados devem ser pertinentes às condutas que se pretende avaliar. Existe uma gama de instrumentos que pode ser acionado pelo professor, desde a simples observação cotidiana até formas mais sofisticadas de elaboração do assunto. É preciso inclusive, que haja relação do instrumento com a área de aprendizagem.
É comum observarmos a existência de crianças tidas como “ideais” ou seja que satisfaça a sociedade, onde perpassam as fases de desenvolvimento de forma progressiva, idêntica e no mesmo espaço de tempo. Assim, acaba-se por avaliar as crianças padronizada, de acordo com o comportamento que se espera delas em cada idade.
No entanto, é preciso considerarmos a individualidade de cada criança, pois nem todas seguem o padrão da criança “ ideal”, e que todas desenvolvem-se da mesma forma e nem no mesmo ritmo. Avaliar deve ser uma ação constante de acompanhamento desse processo onde cada um, com suas características próprias possam seguir ritmos de aprendizagem e de desenvolvimento. “Respeitar as diferenças entre os alunos é uma tarefa que exige, sobretudo, sensibilidade, humanidade e cooperação entre os professores”. (HOFFMANN, 1998, p. 18)
Além disso, percebemos que, na maioria das vezes, a avaliação no contexto da educação , acontece de maneira informal, através de conversas com os pais, sobre o que vem acontecendo com a criança na escola. Enfim, muitas vezes as palavras se perdem e essa fase do desenvolvimento da criança acaba sendo desfigurada e esquecida com o passar do tempo.
Segundo HOFFMANN (2002), é possível perceber que a avaliação na educação sofre influências dos modelos de avaliação classificatória, com concepções disciplinadoras e comparativas que desrespeitam a infância com sua fase de desenvolvimento. Há ainda, um entendimento de avaliação com julgamento de capacidades da criança, o que não contribui para o seu desenvolvimento.
O tema avaliação está sendo muito discutido nos último tempos, tem-se buscado nessa discussão, construir uma avaliação, levando em conta as dificuldades e o mundo social onde essa criança está inserida. O entendimento do processo de desenvolvimento infantil é o que vai nortear a ação educativa do dia – a – dia, através de um fazer reflexivo. Para fraseando HOFFMANN (2002), a busca do significado para a avaliação requer o estudo das concepções de educação, das teorias de desenvolvimento e das as abordagens do processo educativo que delas se originam, pois diferentes posturas avaliativas precisam ser analisadas à luz de tais concepções.
No que se refere a esta postura avaliativa significa a adoção de “posturas contrárias à constatação de registros e resultados alcançados pela criança a partir de ações dirigidas pelo professor, buscando, ao invés disso, ser coerente à dinâmica do seu processo de desenvolvimento, a partir do acompanhamento permanente da ação da criança e da confiança na evolução do seu pensamento”.(HOFFMANN,1996, p.24) Na medida que se amplia a discussão sobre a intenção da educação escolar, amplia-se também a discussão sobre o significado próprio da avaliação.
Esta proposta de avaliação concebe o professor/ aluno como mediador e não que a criança reproduza os conhecimentos que o mesmo transmitiu. O conhecimento é elaborado na relação que a criança estabelece com as outras crianças (de diferentes idades), com os adultos ( pais, professores e outros) com o meio ambiente e com a cultura e com o conhecimento. Todos estes elementos são agentes mediadores entre a criança e a informação.
Para Vygotsky ((apud BAQUERO, 1998) , todo indivíduo tem possibilidade intrínsecas de desenvolvimento de progresso intelectual e assim, deve-se procurar analisar o potencial de aprendizagem, tendo como alvo pedagógico de desenvolvimento do potencial avaliado e não a simples determinação dos déficits de aprendizagem, como é o sentido tradicional da avaliação. Para que ocorra efetivamente uma avaliação significativa, é preciso que o educador esteja disponível para aceitar também os resultados que não correspondem a essa expectativa. Isso não implica em aceitar como certo tudo o que vem do aluno, mas em possibilitar a abertura de confronto de idéias e para o redirecionamento da prática educativa.
Segundo HOFFMANN (2001, p.29) “... as anotações do professor precisam contemplar referências significativas sobre a singularidade de cada estudante: suas estratégias de raciocínio na resolução de problemas, modos de ser e de agir em sala de aula, comentários e perguntas em diferentes momentos de aprendizagem e a sua evolução na compreensão das noções”.
Antes de definir como será feita a avaliação, é preciso definir o que se deseja e quais os principais objetivos para cada grupo de alunos. Para que essa definição seja coerente, o professor deve levar em consideração a realidade de todos os envolvidos na ação pedagógica, considerando que cada grupo é formado por indivíduos com histórias, experiências, e características bastantes variadas.
“É possível supor que a escola erra de três maneiras diferentes: por desconhecimento das características gerais do funcionamento mental humano nas várias fases do desenvolvimento: por desconhecimento dos conteúdos do segmento cultural que contextua os seus aprendizes concretos; e por desconhecimento das histórias de vida própria a cada um”.(AUTOR DO TEXTO AQUINO, 1997, p.72)
Diante de todo exposto, consideramos então, que o objetivo da avaliação deve ser acompanhar o desenvolvimento da criança, auxiliando o professor na orientação para uma caminhada segura no processo de construção do conhecimento. “A finalidade é que todos possam ampliar continuamente os conhecimentos que possuem, cada um no seu tempo, por seu caminho, com seus recursos, com a ajuda do coletivo". (ESTEBAN, 1999, p. 24)
A avaliação consiste em um aspecto bastante amplo que procura dar conta de todas as áreas do desenvolvimento. Para que se efetive uma avaliação de acompanhamento e observação constantes, torna-se fundamental o registro dessas observações. É importante que o educador estruture duas formas de registros; um que acompanhe as observações sobre cada criança – suas relações, interações , processos vivenciados em relação ao grupo (autonomia, participação, enfrentamento de dificuldades).
Outra, que contenha as análises e reflexões do educador quanto ao grupo de crianças considerando as situações vivenciadas no cotidiano; se forem significativas, como foram organizadas e apresentadas, o que faltou, o que poderia ser melhorado, quanto a organização do espaço físico e do tempo, os acontecimentos relevantes do dia, e que não constavam no planejamento; como foram encaminhados, as facilidades e dificuldades sentidas pelo educador, seus conflitos e encaminhamentos, seus avanços em relação as situações anteriores, quanto ao seu trabalho.
“De nada valem, por exemplo, graus e conceitos genéricos, pois não resgatam uma memória significativa das observações realizadas, em nada favorecendo professores e alunos a tomar consciência de suas ações para poder superar-se.” (HOFFMANN, 2001, p.42)
Precisamos procurar melhorar o desempenho dos alunos e suas práticas pedagógicas, procurando avaliar de modo a acompanhar o desenvolvimento, interesse e o conhecimento prévio de cada criança . E também socializar e discutir o significado de tais registros no sentido de melhorar e dar condições aos professores de adequar as ações educativas possibilitando um desenvolvimento mais amplo das crianças.
Percebemos que essas preocupações tem fundamento, como diz HOFFMANN (2001, p. 36), “O conjunto de dados que o professor constitui sobre o aluno são recortes de uma história da qual ele participa e sobre a qual tem o compromisso de atribuir significado. É essencial que tais registros sejam relevantes sobre o que observou e pensou para que possam subsidiar a continuidade de sua ação educativa.”
A avaliação deveria ter como finalidade básica de intervir para tomar decisões educativas, observar a evolução e o processo da criança e planejar para modificar determinadas situações, relações ou atividades na aula.
Percebemos que no desenvolvimento da criança o professor precisa mediar a ação, favorecendo desafios, tempo, espaço e segurança nas suas experiências usando instrumentos de avaliação confiáveis e significativos para melhorar e adequar as ações educativas às possibilidades de cada grupo e de cada criança individualmente no sentido construtivo e evolutivo.
3. PLANOS DE AÇÃO E RELATÓRIOS
PLANO DE AÇÃO: 13/05/2003
OBJETIVO
• conversar sobre possibilidade de reunirmos os alunos que participaram do apoio pedagógico no ano de 2002, com objetivo de avalia-los.
RELATÓRIO
Formulamos com a orientadora Claudete Bonfanti, um questionário (ANEXO XVIII) para aplicarmos com os professores de 1ª série com objetivo de analisar o conceito dos professores sobre “Dificuldade de Aprendizagem”. Essas respostas nos ajudaram analisar as diferentes formas de relacionamento entre professor/ aluno. Nesse dia aproveitamos também para redigir o bilhete pedindo a autorização dos pais para que as crianças participassem do apoio pedagógico.
PLANO DE AÇÃO: 11, 18, e 24/06/2003
OBJETIVO
• Observar os alunos no processo ensino-aprendizagem;
• Preparar materiais para o trabalho a ser desenvolvido.
RELATÓRIO
Nesse período fomos na unidade escolar para analisar e selecionar os materiais visuais já existentes com o intuito de apresentar no multimídia e aproveitamos para preparar o material no qual utilizaríamos no Apoio Pedagógico.
Iniciamos selecionando textos para a produção de materiais didáticos a serem executados pelos alunos no nosso estágio. Na execução do planejamento das aulas optamos pelos textos: “Chapeuzinho Vermelho”, “Um elefante em busca de um amigo”, “Um amigo é alguém que gosta de você”, “Abecedário da Xuxa”, Oração do estudante”, “O homenzinho torto”, “Para o dia ser assim” e “A barata”. Depois de escolher os textos produzimos as atividades como cruzadinhas, caça palavras, interpretação de texto, contação de estória, produção de texto, escrita espontânea, tangran, quebra-cabeça, jogo de memória com cartas para trabalhar os gêneros dos substantivos, cartas com sílabas para a formação de palavras e material envolvendo números , problemas com adição, subtração e multiplicação entre outras atividades que utilizamos durante o nosso trabalho junto com as crianças, porque trabalhamos além do período do estágio, trabalhamos como voluntárias com o intuito de observar e ajudar as crianças.
PLANO DE AÇÃO: 24/07/2003
OBJETIVOS
• Investigar os alunos e buscar subsídios para o desenvolvimento do processo da alfabetização;
• Aplicar atividades diversificadas com intuito de desenvolver os aspectos cognitivo, afetivo e social.
RELATÓRIO
Iniciamos as atividades planejadas para o dia. Os alunos fizeram uma pequena leitura , onde observamos que o Vermelho leu pausadamente, com dificuldades nas sílabas complexas e também nas palavras maiores ou seja com mais de três sílabas. Laranja, Verde e Anil na leitura tem momentos que eles ainda lêem pausadamente, mas com voz firme. A leitura do Violeta é com dificuldade nas sílabas complexas e principalmente as que contém “r” (está freqüentando a fonoaudióloga à dois anos), é um menino bastante ansioso para aprender. Vermelho lê lentamente, soletrando, parece que sua leitura é nasal. O Azul, e a Amarelo lêem com segurança e corretamente.
Quando aplicamos as atividades que haviam necessidades de fazer uma leitura prévia, não apresentaram dificuldades na sua execução. Poucas foram as dúvidas para saber o que fazer. Nas primeiras atividades não intervimos, deixando-os fazerem sozinhos. E como era uma escrita espontânea (ANEXO I) podemos observar que a maioria tem criatividade e escreve com alguns erros ortográficos. O Violeta é o que mais apresenta dificuldades na escrita devido ao seu problema na construção de frases, mesmo quando fala e também pela dificuldade de perceber o som do “r” no meio das palavras.
Para iniciarmos a nossa avaliação, foi lido o texto “Um elefante em busca de amigos”, fizemos uma roda de conversa, discutimos a importância de se ter um amigo, o que é ser amigo, e como foi que você encontrou o seu melhor amigo, e em seguida propomos uma atividade, onde eles fizeram uma interpretação do texto (ANEXO II). Neste momento, buscamos enfatizar o vínculo que a criança faz com a linguagem, como expressão de sentimentos, expectativas, opiniões e, ainda, como um instrumento de forma significativa de interação social.
Ao explorarmos o texto, pretendemos fazer com que as crianças, além de ampliar o conceito sobre elas, perceba a escrita como elemento fundamental para a construção daquilo que permeia o cotidiano e como mediadora de diversas práticas sociais.
Nesta tarde aproveitamos o tema “amigos” para desenvolvermos as atividades propostas durante esse dia. Interpretação do texto oral e escrito, onde precisamos intervir em alguns momentos. Fizemos uma leitura complementar “ Um amigo é alguém que gosta de você” (ANEXO III), a leitura foi feita por alguns alunos e no final do texto eles escreveram como haviam encontrado seu melhor amigo. Para finalizar, usamos uma atividade onde o Tom e o Jerry (ANEXO IV) estavam conversando e eles tiveram que criar o diálogo dos dois.
PLANO DE AÇÃO:25/07/2003
OBJETIVO
• Estimular os alunos a levantar suposições sobre as diferentes formas com as quais os seres humanos se relacionam e identificar o conceito que cada uma tem de si mesma.
RELATÓRIO
Aproveitamos para trabalhar com a psicomotricidade através de dinâmicas, jogos, músicas. Procuramos resgatar a expressividade, a capacidade de comunicação do sujeito consigo mesmo, com os objetos, com os outros e com o mundo. Primeiramente fizemos uma oração com os alunos “Oração do estudante”(ANEXO V), e cantamos a música “Para o dia ser assim” (ANEXOVI).
Em seguida iniciamos as atividades planejadas para o dia. Os alunos fizeram um desenho ”Como sou eu” (ANEXO VII), para identificarmos a impressão que a criança tinha de si mesma. Não encontramos em nenhum desenho, vestígios que nos levassem a pensar que a criança tivesse baixa auto estima. Em seguida cantamos e dançamos a música da Xuxa “Cabeça, ombro, joelho e pé”, para que eles tivessem noção do seu próprio corpo. Todos participaram com muito entusiasmo.
Trabalhamos com jogo de memória em grupo de quatro (ANEXO VIII) e também com tangran (ANEXO IX), onde alguns tiveram dificuldades na formação das figuras. E por último foi distribuído fantoches para que eles criassem falas para seus personagens e interagissem entre eles. Foi a atividade que eles mais gostaram .
PLANO DE AÇÃO: 28/06/2003
OBJETIVO
• Explorar a importância dos números na vida de cada um.
• Desenvolver atividades de escrita espontânea.
RELATÓRIO
Neste dia aproveitamos para trabalhar com tecnologia. Utilizamos o retro projetor para contar a estória: “Chapeuzinho Vermelho” (ANEXO X). Aproveitamos também para desenvolvermos atividades, nas quais podemos identificar as dificuldades na disciplina de matemática. Fizemos oração com os alunos “Oração do estudante”, e cantamos a música “Para o dia ser assim”. Em seguida iniciamos as atividades planejadas para o dia, com a presença da professora Clara Maria Furtado. Contamos a estória “Chapeuzinho Vermelho”, usando o retro projetor, uma maneira de utilizarmos a tecnologia e chamar a atenção dos alunos.
Contamos a estória com a utilização do retro - projetor e cantamos a música que faz parte da estória. Em seguida realizamos a atividade de escrita espontânea, como a interpretação do texto e atividade que pedia a eles escreverem do seu jeito, em relação a estória. Houve a intervenção nossa quando necessária na ortografia. Aproveitamos a ocasião para apresentar a nossa orientadora de estágio professora Clara para os professores presentes na escola.
Trabalhamos com algumas atividades de matemática, onde percebemos que as crianças tem mais dificuldades na subtração. (ANEXO XI)
PLANO DE AÇÃO: 29/07/2003
OBJETIVOS
• Observar como as crianças trabalhavam as diversas formas de escrita.
RELATÓRIO
Primeiramente fizemos uma oração com os alunos “Oração do estudante”, e cantamos a música “Homenzinho torto” (ANEXO XII). Em seguida iniciamos a música da “Barata”(ANEXO XIII) e cada crianças usou sua criatividade para desenhar e produzir a sua estória baseada na música. Realizamos atividades como cruzadinhas (ANEXO XIV), caça palavras (ANEXO XV), ordem alfabética a partir da música “Abecedário da Xuxa” (ANEXO XVI), atividades diversificadas (ANEXO XVII).
PLANO DE AÇÃO: 30,31/07 e 01/08
OBJETIVO
• Avaliar com os alunos as palavras escritas nas atividades anteriores.
RELATÓRIOS
Trabalhamos no período matutino, duas horas por dia, com grupos de quatro alunos. Utilizamos as atividades já realizadas anteriormente para aproveitar trabalhar com as dificuldades de cada aluno. Essa intervenção fez-se necessário para a contribuição do apoio pedagógico no desenvolvimento cognitivo, que foi o nosso objetivo durante todo o período que trabalhamos com eles no nosso estágio e no nosso trabalho de voluntárias. Assim podemos perceber que aqueles alunos que faltava só um pouquinho para atingir o objetivo da professora, o apoio pedagógico contribuiu para que isso acontecesse e para aqueles com apresentavam muita dificuldades o apoio teve um papel também muito importante, porque o trabalho mais individualizado ajuda a identificar o problema que leva o aluno a ter dificuldade na aprendizagem, auxiliando para intervir diretamente no problema ou encaminhando se necessário a um especialista.
4. ANÁLISE DE DADOS
4.1 APOIO PEDAGÓGICO: UMA OPÇÃO PARA CONTRIBUIR O PROCESSO DE APRENDIZAGEM.
O objetivo maior desse projeto foi analisar a contribuição do apoio pedagógico na aprendizagem dos alunos, partindo do princípio de que todas as crianças tem capacidade de aprender. O projeto teve início com uma visita e a autorização da direção da E.E.B. “Francisco de Araújo Brusque” para o nosso estágio. Iniciamos com as 1ª séries do ensino fundamental, com crianças que apresentavam dificuldades no processo de ensino aprendizagem.
Na parte administrativa, as professoras e os pais contribuíram muito com o nosso trabalho, inclusive a escola forneceu uma sala para trabalharmos com os alunos.
Na primeira etapa observamos as crianças em sala de aula. A etapa seguinte foi intervir no desenvolvimento escolar, que acontecia uma vez por semana nos dois turnos (vespertino e matutino) , com quatro crianças em cada turma.
Esse processo de construção do desenvolvimento infantil é bem complexo, devido as limitações diante de alguns casos onde precisaria a atuação de algum profissional ou quando a família está muito indiferente ao desempenho da criança.
Entrevistamos os professores através de um questionário, o qual deu-nos noções das suas dificuldades em trabalhar com crianças que não tem o mesmo ritmo do que a maioria dos alunos da sala. Fomos em busca da fundamentação teórica para dar sustentação ao nosso trabalho.
Durante o ano de 2002 e 2003 atuamos no nosso projeto com 7 crianças e com o intuito de preservar a identidade de cada uma delas, escolhemos as cores do arco-íris, pois as mesmas dependem do olhar do observador e da luz do sol para definir suas cores. Estamos certas de que a visão que dirigimos as crianças depende de nós e se origina em nossa maneira de olhar, de abstrair qualidades percebidas dentro do seu contexto, onde podemos observar que:
VERDE
Sexo masculino, 6 anos , 1ª série. Era uma criança educada e muito tímida desde o primeiro dia mostrava-se inseguro e dependente da prima, como se ela fosse o modelo para ser seguido. Conversamos com a mãe do Verde e comprovamos que havia comparação pela família entre ele e a prima , e que no jardim e no pré tinha sido do mesmo jeito, ele ficando ao seu lado e tentando fazer os trabalhos iguais ao dela.
Separamos os dois na sala de aula com muito cuidado e encaminhamos para o apoio pedagógico com a finalidade de aumentar sua auto – estima e segurança. Iniciou no apoio no inicio de maio, e em agosto chegamos a conclusão que já não havia mais necessidade de freqüentar as aulas de apoio, por estar conseguindo fazer as atividades propostas na sala de aula.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Verde, observamos que ele lê com segurança e corretamente. A professora relata que ele quase sempre corresponde as expectativas da série que está freqüentado e não tem mais necessidade de freqüentar o apoio pedagógico. Faz as atividades sozinho, pede auxílio somente quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras. Seus pais comparecem sempre na escola e estão sempre em contato com a professora por telefone, ajudam nas tarefas de casa, nos estudos diários e demonstram muito carinho ao fazer isso. A maior dificuldade da professora é a sala de aula lotada, impedindo um atendimento mais individual.
VIOLETA
Sexo masculino, 6 anos, 1ª série. Era uma criança de temperamento agitado, nervoso, iniciou no apoio pedagógico no final de maio por apresentar dificuldades na fala, tanto na dicção como na construção das frases ( falando ou escrevendo) . Além de ser encaminhado para uma profissional em fonoaudiologia, apresentava ser imaturo, mas sua mãe estava sempre ajudando muito na sua aprendizagem. Foi assíduo durante todo o ano nas aulas de reforço, mas mesmo com todos esses requisitos favoráveis não foi possível encaminha-lo para a 2ª série. Ele ainda apresentava muita dificuldade na escrita e na leitura.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 1ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Violeta, observamos que ele lê com dificuldades as sílabas complexas, principalmente naquelas que contém a letra “r” no meio da palavra, mas com voz firme. A professora relata que esse ano ele já corresponde as expectativas na sala de aula e consegue fazer as atividades sozinho, pedindo ajuda somente quando necessário. Continua freqüentando a fonoaudiologa, pois possui dificuldades nas silabas complexas e tem erros na construção das frases (Eu vou paia). Realiza rapidamente as atividades é muito ansioso, pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras. Seus pais comparecem na escola quando são solicitados, ajudam nas tarefas de casa, nos estudos diários. A maior dificuldade da professora é a sala de aula lotada, impedindo um atendimento mais individual. Esse ano não precisou freqüentar o apoio pedagógico, ele é um menino muito esforçado e sua mãe acompanha seus estudos diariamente.
AZUL
Sexo masculino, 6 anos, 1ª série. Era muito imaturo, o mais pequeno da turma tinha até dificuldade de sentar na carteira, só pensava em brincar, não conseguia fazer as atividades propostas, não tinha concentração. A mãe falou que ele só fez o jardim e não tinha feito o pré, e quando veio matricula-lo no pré, não podia porque ele iria fazer 7 anos em setembro. Então encaminhamos para o apoio pedagógico. Ele freqüentou o apoio pedagógico durante três meses. Houve progresso no seu desenvolvimento e foi liberado das aulas de apoio. Era lento, mas conseguia acompanhar a turma. No final do ano estava alfabetizado e foi para a 2ª série.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Azul, observamos que ele lê com segurança e corretamente. A professora relata que quase sempre corresponde as expectativas da série que está freqüentado, a maioria das vezes não precisa da intervenção de ninguém, pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras, é curioso. A mãe só compareceu na primeira reunião do ano, ajuda nos deveres e no estudo para avaliações marcadas com antecedência. A maior dificuldade da professora é a sala de aula lotada, impedindo um atendimento mais individual.
ANIL
Sexo masculino, 8 anos, 1ªsérie. Era um menino que estava repetindo a primeira série e foi encaminhado para o reforço em setembro. Apresentava muita insegurança, era muito comparado com o irmão e a mãe cobrava muito. Durante as conversas que tivemos com mãe dele sentimos algo estranho, parecia que escondia algum fato importante. Ele era muito caprichoso, tinha a letra muito bonita, sentia necessidade de ser elogiado o tempo todo. A sua professora da série que ele freqüentava o encaminhou para ao reforço, por sentir que ele mesmo estando repetindo pela segunda vez a 1ª série ainda não estava acompanhando a turma. No fim do ano chegamos a conclusão que ele poderia ir para a 2ª série, apresentava ainda algumas limitações. Não era criativo na construção de frases e nem na produção de texto.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Anil, observamos que ele lê pausadamente, um pouco inseguro. A professora relata que ele apesar de não demonstrar e nem desenvolver todo o seu potencial, acompanha regularmente a turma, fazendo as atividades propostas. O Anil não é muito persistente, nem determinado. Mesmo assim, rende em seus trabalhos. Dispersa com facilidade, pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras, tem auto - estima , participa ativamente das aulas às vezes demonstra passividade, conversa freqüentemente. Seus pais comparecem na escola com pouca freqüência. São ausentes, às vezes, e poderiam marcar presença ainda mais positiva.
VERMELHO
Sexo masculino, 7 anos, 1ª série. Era uma criança distraída, inquieta, chegou no apoio com muito medo de falar, e de escrever errado. Conversamos com a professora dele, ela disse que não tem jeito, ele não desenvolvia. Com uma conversa com a mãe , pude perceber que ela só criticava a professora, dizendo que ela não sabia ensinar, e não gostava dela,. Com isso, pudemos perceber que a dificuldade de aprendizagem dele, envolvia a relação entre a mãe e a professora. Ainda assim, a mãe e a irmã dele faziam as tarefas por ele. Apesar de apresentar progresso, tinha muita dificuldade de fazer as atividades propostas, e não estava totalmente alfabetizado. A professora da série que ele freqüentava achou melhor que ele permanecesse na 1ª série, mesmo sendo pressionada pela mãe.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Vermelho, observamos que ele lê com nasal , solicitamos que a mãe fizesse exames com ele e foi constatado adenóide e rinite alérgica. A professora relata que sempre ele corresponde as expectativas da série que está freqüentado, mas apresenta às vezes atitudes agressivas com os amigos. Pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, nem sempre respeita regras. Sua mãe está sempre em contato com a professora o que facilitou muito na sua aprendizagem. A maior dificuldade da professora é a sala de aula lotada, impedindo um atendimento mais individual. Para a professora o apoio vem fazendo com que ele tenha progresso no seu desenvolvimento. Já não apresenta necessidade de freqüentar as de apoio.
LARANJA
Sexo feminino, 7 anos, 1ª série. Era uma criança que apresentava bastante dificuldades de concentração, e não tinha apoio da família. Se preocupava mais em copiar da amiga que fazer sozinha. Começou no apoio pedagógico no final de maio, ela se encontrava na fase pré -silábica, era assídua. Seu desenvolvimento no decorrer do ano, foi bastante gradativo, levando-a a se alfabetizar, garantindo sua ida para a segunda série.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Laranja, observamos que ela lê corretamente. A professora relata que sempre ela corresponde as expectativas da série que está freqüentado. Pede auxílio quando necessário, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras. Seus pais comparecem na escola quando são solicitados, ajudam nas tarefas de casa, nos estudos diários. Para a professora o apoio vem fazendo com que ela tenha progresso no seu desenvolvimento.
AMARELO
Sexo feminino, 7 anos, 1ª série. Era uma criança muito carinhosa, iniciou no reforço no final de maio, e permaneceu até o final do ano, teve um grande desempenho em geral. Esforçou-se muito, era uma menina caprichosa, encontrava-se na fase silábica. Tinha dificuldade na disciplina de matemática. E seus pais nunca compareceram para conversar, mas ela sempre compareceu ao apoio permitindo que ela conseguisse desenvolver o suficiente para passar de ano.
Com base na entrevista que fizemos com a professora da 2ª série e com alguns encontros que mantivemos no ano de 2003 com Amarelo, observamos que ela lê corretamente, é empenhada, e executa os trabalhos com número satisfatório de acertos. Domina os conhecimentos necessários para acompanhar a classe. A professora relata que sempre ela corresponde as expectativas da série que está freqüentado. Amarelo procura desafiar-se e busca ajuda ao perceber dificuldades, convive harmoniosamente bem com os colegas, respeita regras. Seus pais comparecem na escola quando são solicitados, ajudam nas tarefas de casa, nos estudos diários. Para a professora o apoio vem fazendo com que ela tenha progresso no seu desenvolvimento.
4.2 A ORGANIZAÇÃO E OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO NO APOIO PEDAGÓGICO.
Para realização do nosso estágio a supervisora mestra Claudete Bonfanti, foi muito prestativa. Procurou nos apoiar em tudo, principalmente na organização da sala, onde fizemos o atendimento aos alunos enviados pelos professores.
O apoio que recebemos da Escola de Educação Básica Francisco de Araújo Brusque foi fundamental para a execução do nosso projeto, assim como a aceitação e aprovação dos professores, todos contribuindo para que os alunos recebessem a ajuda necessária para recuperar a deficiência na aprendizagem. Desde o momento que escolhemos trabalhar com as dificuldades de aprendizagem através do Apoio Pedagógico, tínhamos a consciência da complexidade que envolvia o tema e que não encontraríamos soluções mágicas ou receitas prontas. Nosso objetivo era observar as crianças, consideradas como portadoras de dificuldades de aprendizagem e o seu relacionamento com os pais, professores e colegas. Queríamos ajudá-los a confiar na sua capacidade para que não fossem mais tarde rotulados como aluno problema.
Após a apresentação e os preparativos para iniciarmos o nosso estágio entregamos um questionário aos professores, onde responderam como identificavam uma criança com dificuldade de aprendizagem. Este questionário teve por objetivo analisar o conceito sobre dificuldade de aprendizagem, a partir das respostas que giravam em torno do rendimento da criança na sala de aula e a comparação que faziam com os demais.
Nos questionários as professoras relataram que geralmente estas crianças apresentavam características descritas como sendo: tímidas, bravas, explosivas, inquietas. Para elas o Apoio Pedagógico foi ao encontro ao aluno que precisa realmente apenas de um reforço, de uma atenção direcionada. Segundo o depoimento das professoras V.S., C.F. e S.O. o reforço oferecido para as crianças contribuiu gradativamente no processo ensino- aprendizagem, levando-as a integrar-se no contexto escolar. As dificuldades de aprendizagem, muitas vezes, estão relacionadas a fatores: familiar, cultural, emocional, econômico, escolar e na formação profissional. Os dados obtidos nessa pesquisa contribuíram para analisarmos as diferentes formas de relacionamento entre professor/aluno.
Este trabalho aconteceu com o atendimento extra classe e individualizado de um grupo de alunos matriculados na 1ª série (2002), que permaneciam no apoio pedagógico, durante três horas semanais. O tempo que a criança permanecia no apoio era de acordo com a necessidade individual, sendo que, após ser liberado só voltava caso apresentasse dificuldades novamente.
Para dar inicio a nossa intervenção junto às crianças, usamos a escrita espontânea com o intuito de observar as suas dificuldades. Nas primeiras atividades não intervirmos , só analisamos as atividades após sua execução para então decidirmos como seria a nossa intervenção. Foi no momento em que buscamos identificar o vínculo a criança com a linguagem, como expressão de sentimentos, expectativas, opiniões e, ainda, como um instrumento de forma significativa de interação social.
Durante o nosso estágio atendemos várias crianças, dentre as quais muitas permaneceram pouco tempo. Utilizamos em nossa pesquisa coletas de dados dos alunos, e dos professores através de entrevistas dialógicas, e escritas, observações diretas e análise de materiais produzidos por eles. Nossa intervenção foi através de atividades diversas: jogos, material dourado, cruzadinha, textos, tangran, desenhos, literatura infantil, utilizando também alguns recursos tecnológicos como fotocópia, retroprojetor e computador.
Após termos trabalhado com as crianças e nos aprofundado teoricamente no tema, apresentamos um outro questionário, a fim de analisarmos as reais contribuições do projeto para os alunos, professores e escola.
Segundo BICUDO (1999, p.145) a educação deve ser capaz de garantir que todos os seus alunos aprendam mais de forma que se caminhem na conquista da autonomia dada pelo aprender a aprender, portanto são necessários o exercício profissional e as formações específicas, pedagógicas e metodológicas para o desenvolvimento deste trabalho. Para esta educação é necessário que se forme um educador que, além de pensar os alunos como futuros cidadãos, pensem os alunos como cidadãos hoje, e considere-os na sua diversidade.
Os resultados deste projeto revelaram que, para minimizar a “problematização“ Dificuldade de Aprendizagem, é necessário concentrar esforços no sentido de fazer emergir o ser aprendente, vinculando seus sentimentos, sua auto estima, dando atenção especial a dinâmica das relações interpessoais, resgatando a participação e a contribuição da família.
O foco central deste projeto foi perceber a importância das pessoas envolvidas com os alunos com dificuldades de aprendizagem, como podem contribuir de maneira significativa compreendendo este processo como uma ação de relações diversas, construídas a partir da relação professor - aluno, escola e família. É preciso persistir na busca de subsídios e estímulos que ampliem o conhecimento destes alunos, pois este processo é inacabável e inesgotável.
4.3 A PRÁTICA DOCENTE NO APOIO PEDAGÓGICO
Segundo os professores participantes da pesquisa, o Apoio Pedagógico é muito importante para o aluno com dificuldade de aprendizagem e que não recebe ajuda em casa, o que permite a possibilidade de ser atendido individualmente, procurando identificar a origem, a causa da própria dificuldade e buscando as soluções que melhor se adaptem a cada caso. Para eles o Apoio Pedagógico tem uma atuação positiva, pois permite recuperar o aluno apenas com ajuda extra-classe oferecido pela escola, sem a necessidade de colocá-lo numa sala de aula especial e rotulá-lo como aluno problema. Muitas vezes esse tipo de intervenção pode evitar a repetência e a evasão escolar que gera não apenas alunos fracassados, mas profissionais e cidadãos.
O Apoio Pedagógico vem ao encontro do aluno que precisa realmente apenas de um reforço, de uma atenção direcionada. Visto que os resultados na maioria dos casos são positivos, esse tipo de projeto deveria ser uma proposta integrada ao currículo escolar. Segundo BICUDO (1999, p. 146) deve-se propor capacitar o professor para participar de forma efetiva da elaboração, e implementação, e avaliação de projetos pedagógicos da unidade escolar das quais atuam, como uma condição para o exercício profissional consciente e comprometido com o processo de ensino, até como uma possibilidade de superar nossa prática pedagógica, de ficarmos voltados apenas para as dificuldades dos alunos e não para suas reais possibilidades.
Para os professores, pais e escola, o apoio pedagógico vem ao encontro de suas angustias e contribuiu no processo de ensino aprendizagem junto aos alunos, numa perspectiva de resgatar a sua auto-estima e, consequentemente, ampliar seus conhecimentos. Segundo a mãe de Laranja o projeto foi tão bom que a criança voltou a ter interesse em freqüentar a escola, e aumentou seu rendimento escolar.
Não foram somente os alunos que saíram ganhando com este projeto, mas nós como profissionais da educação crescemos muito na relação interpessoal com nossos, na compreensão e, acima de tudo, em acreditar no aluno e apostar tudo nele.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final desse projeto, observamos que nosso objetivo foi atingido, pois pudemos analisar a importância que o apoio pedagógico teve para a escola, para os alunos, professores e principalmente para nós estagiárias que estivemos envolvidas com todo esse grupo no decorrer do projeto.
Acreditamos que um dos fatores fundamentais para compreender as dificuldades do aluno foi buscar subsídios teóricos que nos dessem sustentação ao nosso trabalho e refletir sobre que tipo de relações que há entre professor e aluno, escola e família.
Percebemos que é importante a escola proporcionar um conjunto de práticas planejadas, com o propósito de facilitar a apropriação do conhecimento científico, desenvolvendo uma proposta pedagógica voltada para o aluno. É necessário que a escola se organize como um grupo democrático, dialógico e participativo, em que cada segmento da escola como pai, professor e aluno possa se manifestar e ser ouvido. É preciso que o professor conheça e compreenda as dificuldades e prioridades da comunidade escolar.
Durante os trabalhos desenvolvidos no apoio pedagógico, vivenciamos uma relação de ajuda entre a administração escolar, professores, pais e alunos envolvidos no nosso projeto, facilitando assim para que alcançássemos o objetivo proposto no início do estágio.
Foi muito gratificante trabalhar esse tema, porque constatamos a importância que o apoio pedagógico tem para os alunos com alguma dificuldade em aprender, impedindo assim o desinteresse pela escola e de certo modo que ele seja rotulado como aluno. “... na dificuldade de aprendizagem é necessário concentrar esforços no sentido de fazer emergir o ser aprendente, vinculando seus sentimentos, sua auto estima ressignificando o papel do professor, levando o aluno ao poder saber fazer”. (SOPELSA, 1998, p.11).
Um dos fatores fundamentais foi quando os professores se manifestaram a favor do apoio pedagógico, ao mencionar a sua importância no contexto escolar. Para eles o apoio pedagógico deveria fazer parte do projeto político pedagógico da escola, e ser direcionado por pessoas capacitadas.
Nessa relação de aprender-ensinando ou, talvez, ensinar-aprendendo, percebemos que não foi esgotada a pesquisa sobre o tema. Tem muito ainda para ser investigado, e refletido sobre a realidade existente em cada unidade escolar, para que possa superar as suas limitações do currículo escolar, envolvendo todas as relações que compõem as instituição de ensino, tais como: o professor, seus princípios teóricos, sua metodologia, a relação professor aluno, escola e família, integrando o ensino a comunidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas. 1998.
BARRETO, Sidirley de Jesus. Educação e reeducação. Blumenau: Odorizzi,1998.
BICUDO, Maria Aparecida Viggiani; SILVA JUNIOR, Celestino Alves. Formação do educador: avaliação educacional - Formação inicial e contínua. v.2.São Paulo: UNESP,1999.
____ . Formação do educador: avaliação institucional – Ensino e Aprendizagem. v.4. São Paulo: UNESP,1999.
CARVALHO, Vânia Brina Corrêa Lima de. Desenvolvimento Humano e Psicologia. Belo Horizonte: UFMG, 1996.
DROUET, Ruth Caribé da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo: Ática, 1995.
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre a alfabetização. São Paulo: Cortez : Autores Associados, 1992.
FERNÁNDEZ, Alícia. A inteligência Aprisionada. Porto Alegre:Artmed, 1991.
FREITAS, Maria Tereza A. O pensamento de Vygotsky e Bakhtin. 2. Ed. Campinas: Papirus, 1994.
HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na sociologia. 6.ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade, 2000.
____ . Avaliação na pré escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 2001.
____ . Avaliar para promover: as metas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2002.
LIMA, Elvira Souza. Avaliação na Escola. São Paulo: Sobradinho, 2003.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky – Aprendizado e Desenvolvimento – Um processo Sócio- Histórico. 2. ed. São Paulo: Spicione, 1995.
OLIVEIRA, Zilma de Morais. Et alli. De onde partir ? In: Crianças, faz de conta & Cia. 5.ed. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 63 – 74.
PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento & Aprendizagem em Piaget e Vygotsky: a relevância social. São Paulo: Plexus, 1994.
SOPELSA, Ortenila. Dificuldades de Aprendizagem: Resposta em um Atelier Pedagógico? v.5. Porto Alegre: Edipucrs, 1998.
VAN KOLCK, Odete Lourenço. Testes projetos gráficos no diagnóstico psicológico. São Paulo: EPU, 1984.
ANEXOS
Assinar:
Postagens (Atom)