sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Coelhinho


Escola é...
... o lugar que se faz amigos.
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é sobretudo, gente
Gente que trabalha, que estuda
Que alegra, se conhece, se estima.

O Diretor é gente,
O coordenador é gente,
O professor é gente,
O aluno é gente,
Cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um se comporte
Como colega, amigo, irmão.

Nada de "ilha cercada de gente por todos os lados"
Nada de conviver com as pessoas e depois,
Descobrir que não tem amizade a ninguém.
Nada de ser como tijolo que forma a parede,
Indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade,
É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se "amarrar nela"!

Ora é lógico...

Numa escola assim vai ser fácil !
Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se, ser feliz.

É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.
Paulo Freire




Coelho


Coelho


História

O Ovo Tagarela

Lili estava dormindo quando viu a porta da dispensa se abrir e isto era sempre uma grande emoção para ela.
Esta emoção às vezes era boa e as vezes era ruim. Era sempre boa quando Dna. Laura vinha colocar coisas na dispensa pois isso sempre significava coisas novas chegando. Algumas eram bem conhecidas e Lili ficava feliz em reencontrar as batatas gorduchas e brincalhonas, as caixas de fósforos cheias de idéias brilhantes. Lili gostava muito dos biscoitos, existiam tantos tipos! As salgadas mais sérias e duronas e as doces mais amigáveis e sorridentes, as de chocolate eram a suas preferidas, um pouco louquinhas, mas de uma loucura gostosa. Esta preferência devia-se ao fato de que seu pintinho só se alimenta de biscoitos, especialmente os de chocolate. Mas o que mais a fascinava eram as novidades: conhecer pessoas novas era excitante, inesperado, as vezes chegavam até produtos que falavam inglês. Está certo que era um custo entendê-los, mas quando aprendiam falar português, quanta novidade!
As emoções tristes aconteciam quando Dna. Laura vinha buscar as coisas na dispensa para usá-las no almoço ou nos afazeres domésticos. Despedidas são sempre tristes. Se bem que existiam alguns casos nos quais Lili, e todos os outros, ficavam aliviadas, ou até alegres. É quando partiam alguns tipos chatos ou rabugentos.
Lili reconhecia muito bem quando Dna Laura vinha colocar novos habitantes na dispensa pois a abertura da porta sempre vinha acompanhada do barulhos de saquinhos de supermercado esfregando-se uns nos outros, ou de rodas de carrinho de feira, estes ruídos também determinavam o tipo de visitante que chegava: o ruído de saquinhos significava que chegariam latas de ervilha, milho, biscoitos e refrigerantes. O barulho de rodinhas indicavam que chegariam os tomates, pepinos, maçãs, bananas cantoras e atléticas cenouras.
Isto porque a entrada de determinado tipo influenciaria muito em como seriam os próximos dias: Quando eram as bananas cantoras já se previa festas e shows, quando entravam as cenouras era indicação que as ginásticas matinas, e os jogos de futebol e basquete estariam em alta. E quando entravam as duas é que Lili gostava! Não haveria espaço para o tédio: era ginástica de manhã, jogos durante o dia e festas de noite. Alegria o tempo todo na dispensa!
Mas naquele dia a novidade foi demais: quando a porta se abriu Dna Laura apareceu andando com mais cuidado do que normalmente, nas suas mãos em concha carregava algo brilhante que delicadamente colocou na prateleira. Mal ela saiu todos correram para ver o que se tratava. Era algo brilhante, com um laço vermelho enorme na cabeça e em formato de ovo.
Alguns não sabiam a identidade do visitante, mas Lili sabia bem tratar-se de um ovo de Páscoa e, se tudo fosse como sempre foi, era de chocolate! Lili relembrou as vezes que acompanhou Flávia na caçada de ovos e como isso a deixava feliz! Mas porque este ano os ovos não teriam sido trazidos pela Dna. Coelha?
O espanador foi logo falando: - Como você é ingênua bonequinha, esta história de Coelha não existe, quem traz os ovos é, e sempre foi a Dna Laura.
A bonequinha achou que isto era um absurdo mas a discussão foi interrompida pois era hora de cantar a canção de boas vindas ao recém chegado.
Todos se reuniram a sua volta, mas ele estava dormindo, delicadamente Lili tentou acordá-lo mas nada! Lili resolveu começar a cantar sendo seguida por todos, mas bem baixinho porque o ovinho parecia ser quase um nenê e poderia se assustar se eles cantassem muito alto.
Aos poucos ele foi abrindo os olhinhos e eles puderam ver que eles eram grandes e muito azuis, de um azul que lembrava o céu para quem um dia o tinha visto. A princípio ele olhou para todos assustados, mas aos poucos foi se mostrando mais confiante e até alegre, mas se estava realmente alegre eles não poderiam saber, pois o ovinho não falava. Só movia os olhos de lá para cá, dando expressões de alegria, de tristeza e de interrogação. Um tubo de esparadrapo que lá estava, devido às suas afinidades com a medicina, resolveu examiná-lo, e diagnosticou que o ovinho não falava porque não tinha língua.
Por outro lado, como a bonequinha e o espanador não chegavam a um acordo sobre quem realmente trazia os ovos, a vassoura saiu em busca de entender o que estava se passando, e todos ficaram aguardando o seu retorno. A resposta era simples: Como a coelha este ano estava muito atarefada, com medo de não dar conta de todas as entregas, trouxe os ovos com antecedência combinando com Dna Laura que só o tiraria de lá no dia da Páscoa.
- Imagine que bobagem, falou o espanador, coelha da Páscoa não existe!
- Existe porque eu já vi, gritou a bonequinha, que não queria contar esta verdade, pois tinha vergonha de um dia, contrariando as ordens de Dna. Laura, ter espiado pela janela e visto a coelhinha esconder os ovos no jardim.
- Imagine, não existe. E a discussão começou outra vez.
Quando o ovinho fechou de novo os olhinhos, sem ter falado palavra, todos resolveram ir dormir também.
No meio da madrugada a porta da dispensa se abriu, e a bonequinha sentou-se imediatamente para ver o que iria acontecer, era estranho, nunca Dna. Laura aparecia neste hora! Mas em lugar da sombra alta de Dna. Laura a bonequinha viu uma sombra pequenininha e com duas orelhas pontudas, era a Dna Coelha. Ela correu para o ovinho, fez alguns movimentos em sua boca e deu um beijinho, partindo apressada. A bonequinha,porém estava na porta e quis saber o que Dna Coelha estava fazendo lá. Ela explicou que, na pressa, havia esquecido de colocar a língua no ovinho e tinha voltado para consertar a situação, saindo logo depois apressada.
E as seis horas da manhã todos ficaram sabendo do que tinha acontecido! O ovinho acordou balbuciando algumas palavras e, devido a sua alegria em perceber que estava falando, começou a tagarelar sem parar. O ovinho falou, gritou, assobiou, cantou, aprendendo e ensinando muitas canções, e contou muitas histórias sobre a sua vida, explicando com detalhes quem era a Dna Coelha e como era a sua toca.
Todos deram muita atenção ao ovinho, cantaram com ele e ouviram as suas histórias, mas quando foram dormir, resolveram, por unanimidade, que era o espanador, que tinha duvidado de suas histórias, que deveria continuar ouvindo o ovinho tagarela até que ele cansasse.
Mas ele não cansou, falou, cantou e dançou até o dia que a Páscoa chegou

O Coelhinho

De olhos vermelhos,
De pêlo branquinho,
De pulo bem leve
Eu sou coelhinho.

Sou muito assustado,
Porém sou guloso
Por uma cenoura
Já fico manhoso.

Eu pulo pra o lado,
Eu salto pra trás,
(pula pro lado / pula pra trás)

Dou mil cambalhotas
Sou forte demais.
Comi a cenoura
Com casca e tudo.
Tão grande era ela
Fiquei barrigudo!

Coelhinho da Páscoa

Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim?
Um ovo, dois ovos, três ovos assim!
Um ovo, dois ovos, três ovos assim!

Coelhinho da Páscoa, que cor eles têm?
Azul, amarelo e vermelho também!
Azul, amarelo e vermelho também!

Coelhinho da Páscoa, com quem vais dançar?
Com esta menina que sabe cantar!
Com esta menina que sabe cantar!

(Para terminar, juntar a quadra seguinte
que dá motivo a desenvolver-se a dança.)

Coelhinho maroto, porque vais fugir?
Em todas as casas eu tenho que ir!
Em todas as casas eu tenho que ir!